Baidú, o maior site de buscas da Ásia, dominante na China e o terceiro maior buscador do mundo, uma empresa de U$ 45 bilhões de market cap, segundo a Nasdaq, desembarcou no Brasil. Depois de sua última expansão para o sudeste Asiático, a gigante Baidú mira agora com “olhos de águia” para a América Latina.
Mas apesar da voracidade e capacidade de investimento, o “Google Chinês” vem ao Brasil com cautela, sem alardes e faz sua entrada de forma acanhada com o objetivo claro de ir implantando gradativamente seus serviços complementares, primeiramente.
O objetivo na América Latina segundo as primeiras infoamções é que o Baidú vem para competir com o Google, mas de forma escalonada, com seus produtos secundários, que são dezenas e em vários segmentos.
Efetivamente para começar mesmo a operação no Brasil, o Baidú lançou seu diretório de serviços e sites (imagem acima) chamado de hao123, a palavra “hao” significa “bom” em Chinês, que já está falando o nosso português e já está sendo disponibilizado aos usuários Brasileiros como uma política de boa convivência (inclusive nas cores verde e amarela), pois concentra links de serviços e marcas, até mesmo do buscador Google (por enquanto). A estratégia é fazer com que o hao123 ( http://br.hao123.com/ ) seja embarcado em tecnologias de terceiros, para começar a ser conhecido no mercado local, e se torne uma porta de entrada para a navegação na web e a na sequencia a primeira escolha de muitos usuários.
Nesta linha de entrada pelos serviços auxiliares, o próximo passo seria a implantação da plataforma semelhante ao Wikipedia (Baidú Wenko) e o serviço de download e streaming gratuito de músicas e vídeos, por exemplo.
Outro mercado que o Baidú poderia estar de olho no Brasil é o do e-commerce. Mesmo não tendo tido sucesso no seu Shopping OnLine Lekutian que foi montado em joint venture com a japonesa Rakuten, acredito que o mercado nacional seja target para a implantação de um serviço de concentradores de ofertas e comparadores de preços.
Não vai ser fácil, o Baidú precisa apresentar no Brasil vantagens competitivas e abrir a carteira para fazer sucesso, conquistar audiência e share para a entrada definitiva de seu buscador no mercado. Até porque, hoje no Japão, por exemplo, o buscador Baidú, implantado desde 2007, ainda representa muito pouco em relação ao share de mercado da rival Google.
Na China, o Baidú detém cerca de 80% do mercado, o Google também está lá disputando os outros 20% com o Yahoo, mas seus serviços enfrentam bastantes restrições e censuras impostas pelo Governo Chinês.
Uma coisa é certa, fora da China o Baidú tem que disputar de igual para igual com toda a superioridade da concorrência em relação ao mind of share e isso por si, já torna as esperanças do buscador Chinês muito desafiadores e complicadas no Brasil.
Vamos aguardar as movimentações e as cenas dos próximos capítulos. De qualquer forma, quem manda são os usuários, se cair nas graças, um abraço!
Desejamos sucesso ao amigo Wesley Barbosa, gerente de negócios do Baidú para a LATAM.
Pense Nisso! @JoaoKepler