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O que existe por trás de um clique: como tecnologia e automação sustentam a Black Friday

Por: Romulo Carvalho

Head de Tecnologia na Infracommerce

Head de Tecnologia na Infracommerce, com mais de 15 anos de atuação no ecossistema de tecnologia e operações. Atuante na integração entre negócios e tecnologia, liderando iniciativas de automação, eficiência e governança em larga escala. A frente de times de integração de plataformas, automação de processos e gestão de performance operacional, que unem engenharia, sustentação e inovação para suportar operações de grande escala.

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Todos os anos, quando chega a Black Friday, observo como o consumidor decide rápido. A pesquisa “Esquenta Black Friday Globo 2025” reforça isso: 84% dos consumidores possivelmente farão compras não planejadas, motivados por descontos, frete grátis, entrega rápida e facilidade.

Homem em frente a quatro monitores exibindo sistemas OMS, WMS, ERP e TMS em ambiente corporativo.
Imagem gerada por IA.

E, enquanto a decisão é impulsiva, a operação por trás precisa ser extremamente racional e precisa. O cliente compra em segundos. A logística, porém, entra em ação com dezenas de tecnologias que ele não vê, mas sente no resultado final.

A operação invisível que faz tudo acontecer

Quando o pedido é feito no e-commerce, o primeiro sistema a trabalhar é o OMS, responsável por orquestrar toda a jornada. Ele decide onde o item será separado e aciona WMS, sistema fiscal e transportadoras.

No WMS, picking, packing, endereçamento e conferência são executados de forma organizada e rastreável. Sem ele, erros e atrasos se multiplicam facilmente.

O ERP/sistema fiscal garante a emissão da nota, valida tributos e se comunica com a SEFAZ, uma etapa obrigatória e totalmente integrada ao restante da operação.

Já o TMS cuida da malha de transporte com roteirização de entregas, cálculo de custos, emissão de etiquetas, gerenciamento de SLAs e consolidação de coletas. Ele também integra transportadoras via API, enviando pré-alerta e recebendo eventos de tracking.

No final da jornada, o cliente enxerga apenas a linha do tempo do pedido, mas por trás existe um sistema de tracking consolidando informações de diversas transportadoras, cruzando dados com OMS e TMS para garantir consistência.

Integrações: o elo que permite escalar

Uma operação só sustenta picos como a Black Friday quando há integrações sólidas. Middleware, ESB ou API Gateway conectam OMS, WMS, ERP, TMS, antifraude, SAC, transportadoras e BI de forma padronizada e confiável.

Essa camada garante que:

– Os sistemas troquem dados em tempo real;
– Os eventos sejam sincronizados;
– Falhas sejam detectadas rapidamente;
– E as automações rodem sem intervenção humana.

É essa “cola” tecnológica que evita gargalos e permite escalar sem perder qualidade.

Automações que o consumidor não percebe, mas transformam sua experiência

Na Black Friday, as automações também são indispensáveis. Fluxos automatizados reduzem risco operacional e aumentam a velocidade, incluindo:

– Geração automática de etiquetas;
– Roteirização inteligente;
– Cálculo de SLA preditivo;
– Alertas de exceção;
– Sincronização fiscal;
– Auditoria de tracking.

O resultado é direto: menos chamadas no SAC, mais entregas no prazo e NPS mais alto.

Mesmo sem ver nada do que acontece ao longo desse processo nos bastidores, o consumidor percebe quando uma operação é bem executada e quando não é.

Dados como vantagem competitiva

Tudo isso só é possível porque BI e Data Layer unificam informações de estoque, pedidos, frete e atendimento. Em períodos críticos, essa visão estruturada permite prever demanda, ajustar capacidade e tomar decisões rápidas.

A logística reversa também depende dessa inteligência. Integrações com lockers, pontos de coleta e transportadoras permitem uma jornada de devolução mais simples, fator cada vez mais relevante para retenção.

Tecnologia como protagonista da Black Friday

Embora a Black Friday seja conhecida pelos descontos, a verdade é que ela depende muito mais de capacidade operacional do que de preço.

E essa capacidade é totalmente construída sobre tecnologia: sistemas orquestrados, automações inteligentes, integrações consistentes e dados guiando decisões.

Quando tudo isso funciona, a logística deixa de ser apenas suporte e se torna diferencial competitivo.

Eficiência invisível é poder

O consumidor que realiza uma compra por impulso na Black Friday não pensa em OMS, WMS, TMS, APIs ou motores de roteirização. Ele só quer receber rápido e sem atrito.

Mas essa experiência só acontece graças a uma engrenagem invisível: sistemas conectados, dados fluindo, automações rodando e processos executados com precisão.

Portanto, a logística aliada à tecnologia é invisível aos olhos do cliente, mas absolutamente decisiva na hora de conquistar, reter e encantar.