Em um cenário no qual o custo por clique aumenta e a atenção do consumidor diminui, a criatividade se tornou a nova mídia.
E para escalar um e-commerce de forma saudável, não basta ter só um bom produto. É preciso ter bons criativos — e mais importante ainda, criativos certos para as pessoas certas.

É aí que entra a segmentação criativa: a capacidade de entregar mensagens diferentes, com abordagens diferentes, para públicos com diferentes níveis de consciência e intenção de compra.
Este artigo vai te mostrar, na prática:
– O que é segmentação criativa
– Como aplicar os cinco pilares: ângulos, conceitos, creators, full funnel e DSB
– Como usar diversificação criativa no remarketing para transformar cliques perdidos em conversões
O que é segmentação criativa?
Segmentar criativamente é entender que um único anúncio não dá conta de todo o funil. Clientes em momentos diferentes precisam de estímulos diferentes, e a criatividade é a ponte entre intenção e conversão.
Não se trata só de variar formatos (vídeo, carrossel, imagem). É sobre variar a narrativa, o argumento, o tom, a prova e a emoção de forma estratégica.
Os cinco pilares da segmentação criativa no e-commerce
1. Ângulos: o ponto de vista certo para o público certo
Ângulos são as diferentes formas de apresentar o mesmo produto. Cada ângulo desperta uma dor, um desejo ou um benefício específico.
Exemplo: suplemento de colágeno.
– Ângulo estético: “Pele mais firme e jovem”.
– Ângulo de saúde: “Reposição natural do colágeno após os 30 anos”.
– Ângulo técnico: “Com Verisol® e absorção acelerada”.
– Ângulo social: “Mais de 12 mil mulheres transformaram sua rotina com ele”.
Teste múltiplos ângulos no topo de funil para descobrir qual atrai melhor cada persona.
2. Conceitos: a ideia central que ancora todo o criativo
Conceito é o storytelling que conecta o produto a algo maior: uma transformação, estilo de vida ou movimento.
Exemplos de conceito:
– “Nunca é só café” — para uma marca de cafés especiais que vende experiência, não só bebida.
– “A sua beleza em gomas” — para uma marca de beleza que transforma cuidados em rituais gostosos.
– “Menos absorvente, mais liberdade” — para um coletor menstrual que quebra paradigmas.
O conceito fortalece a marca e torna os anúncios memoráveis. Pense nele como a campanha por trás do criativo.
3. Creators: quem entrega a mensagem importa
Você pode ter a melhor copy do mundo, mas, se for entregue pela pessoa errada, perde impacto.
Exemplos de creators por contexto:
– Profissionais (dermatos, nutricionistas): autoridade e confiança.
– Usuários reais (UGC): identificação e verdade.
– Influenciadores nichados: prova social contextualizada.
– CEO/founder: visão, bastidores e conexão com a missão da marca.
Escolha o creator certo para cada etapa do funil. Topo pede identificação, meio exige autoridade, fundo demanda prova e urgência.
4. Full funnel: criativos diferentes para momentos diferentes PAREI AQUI
Um erro comum no e-commerce é tentar converter todos os públicos com o mesmo anúncio. A segmentação criativa aplica uma lógica de funil completo, com criativos pensados para cada fase:
Etapa | Objetivo | Tipo de criativo |
Topo (TOFU) | Atrair atenção e interesse | Criativos narrativos, ângulos aspiracionais, vídeos curtos com gancho forte |
Meio (MOFU) | Construir desejo e confiança | UGCs, comparativos, prova social, reviews, especialistas |
Fundo (BOFU) | Converter e gerar urgência | Oferta, depoimentos, unboxing, bônus, frete grátis, timers |
Criativo bom é o que leva a pessoa para a próxima etapa, e não o que tenta fechar a venda em três segundos.
4. DSB: Dor, Solução, Benefício
DSB é uma das estruturas mais eficazes de copy e vídeo para e-commerce.
– DOR: qual dor, frustração ou desconforto o cliente sente hoje?
– SOLUÇÃO: o que seu produto faz que resolve isso?
– BENEFÍCIO: como a vida dele melhora com o uso?
Exemplo aplicado a uma linha de skincare:
“Cansada de gastar com cremes que prometem e não entregam?
Conheça a linha que combina ciência + resultados reais.
Sua pele mais firme em até 21 dias, sem complicação.”
Use DSB como base para roteiros, descrições, criativos de vídeo e até páginas de produto.
Diversificação criativa no remarketing: como reativar quem quase comprou
A maioria dos e-commerces usa remarketing com o mesmo criativo da campanha de aquisição — ou apenas troca o CTA.
Isso é um erro.
Se a pessoa não comprou no primeiro toque, ela precisa ver um argumento diferente no segundo.
É aí que entra a diversificação criativa no remarketing.
Exemplos de criativos para remarketing:
– Unboxing real de cliente: “Veja como o produto chega na sua casa”
– UGC de resultado: “Usei por 15 dias e olha o que aconteceu…”
– Bastidores da marca: “Você sabia que nossos produtos são feitos assim?”
– Review técnico: “Veja o que um especialista diz sobre esse suplemento”
– Oferta escassa: “Últimas unidades com frete grátis + brinde”
– Comparativo: “Por que ele é melhor que o concorrente”
O remarketing é sua chance de responder a uma objeção não dita. Use isso com inteligência e criatividade.
Criatividade segmentada é o novo tráfego inteligente
No e-commerce moderno, a escalabilidade está na capacidade de contar a mesma história de várias formas.
Cada anúncio é um teste, cada criativo é uma alavanca, e cada combinação de ângulo + conceito + creator pode ser a mensagem certa para a pessoa certa, na hora certa.
A segmentação criativa não é uma técnica de mídia. É uma mentalidade de comunicação adaptada ao funil.
Quem domina esse jogo consegue vender mais, com menor CAC, maior LTV e uma marca muito mais forte.