Esse foi o tema central do Fórum CEO 2024, realizado na Bahia, do qual retorno com valiosos aprendizados que certamente me guiarão na minha jornada como CEO.
Durante quatro dias intensos, tive o privilégio de estar cercado por mais de 200 grandes líderes do Brasil, todos imersos em um ambiente de colaboração e trocas significativas. Esse evento, promovido pelo Experience Club, foi uma oportunidade única de refletir sobre o papel da liderança em um mundo em rápida transformação, onde o impacto da tecnologia é cada vez mais presente.
Com tantas discussões ricas e profundas, compartilho três lições essenciais que levarei comigo desse fórum. São ensinamentos que transcendem o ambiente corporativo, pois nos fazem refletir sobre nosso papel como líderes e seres humanos em um contexto de mudanças aceleradas.
A importância de se arriscar com propósito
Logo no início do evento, fomos presenteados com a inspiradora história de Alcione Albanesi, empreendedora e fundadora do projeto social Amigos do Bem. Sua trajetória é um exemplo vivo de como o sucesso empresarial e a realização pessoal podem caminhar juntos quando alinhados a um propósito maior. Alcione não apenas construiu uma carreira de sucesso, mas teve a coragem de vender sua empresa no auge para seguir seu propósito de ajudar ainda mais pessoas.
Atualmente, o projeto Amigos do Bem impacta mais de 150 mil pessoas no sertão de Alagoas, Pernambuco e Ceará, promovendo transformação social em uma das regiões mais carentes do país. Essa história me fez refletir sobre a coragem necessária para seguir nossos instintos, especialmente quando esses instintos estão ligados ao desejo de fazer a diferença no mundo. Como líderes, muitas vezes temos que tomar decisões arriscadas, mas quando essas decisões estão alinhadas ao nosso propósito, os resultados tendem a ser ainda mais significativos.
Lifelong learning: a chave para se manter relevante
Outro ponto que me marcou profundamente foi a palestra de Conrado Schlochauer, fundador da Növi, que abordou um dos temas mais importantes para os líderes de hoje: a importância do aprendizado contínuo, ou lifelong learning. Em um mundo onde as mudanças acontecem em uma velocidade sem precedentes, parar de aprender é, na prática, começar a ficar para trás.
Schlochauer nos lembrou que aos 40 anos estamos apenas começando a entender o mundo de maneira mais profunda, e é justamente nesse momento que devemos nos abrir ainda mais para o novo. Esse insight é particularmente relevante em um cenário no qual a longevidade da vida está em crescimento, e nossas carreiras se estendem por mais tempo. Ele destacou que a capacidade de fazer as perguntas certas e de se manter curioso é fundamental para o desenvolvimento pessoal e profissional.
Como CEO, estou sempre procurando formas de implementar essa mentalidade de aprendizado contínuo em nossa equipe. No dia a dia, incentivo os ClearLovers a adotarem uma postura de aprendizado constante, promovendo um ambiente de troca e colaboração. Afinal, inovar e se reinventar são as chaves para continuar relevante no mercado competitivo de hoje.
Pessoas em primeiro lugar: a tecnologia só vai até certo ponto
Por fim, o fórum trouxe à tona um tema crucial que muitas vezes acaba sendo ofuscado pelas discussões sobre as inovações tecnológicas: o papel central das pessoas. Não importa o quanto a tecnologia avance, o fator humano continuará sendo o coração das organizações. Processos de inovação e criatividade são, em última instância, frutos da inteligência e das emoções humanas.
Empresas que se concentram apenas em IA e tecnologias avançadas, sem dar a devida atenção ao desenvolvimento de seus colaboradores, estarão sempre um passo atrás. A tecnologia pode facilitar processos, mas é o capital humano que traz as ideias, a empatia e a capacidade de gerar conexões reais.
Em um mundo onde as máquinas estão cada vez mais presentes, a verdadeira vantagem competitiva continuará sendo o talento humano. E como líderes, é nosso papel garantir que as pessoas sejam sempre priorizadas, não como um recurso, mas como a verdadeira força por trás das inovações.
Ao voltar desse evento, trago comigo a certeza de que o futuro da liderança não está apenas na adoção de novas tecnologias, mas, sobretudo, na capacidade de equilibrar o uso dessas ferramentas com a inteligência humana. A coragem para seguir um propósito, a sede pelo aprendizado contínuo e a valorização das pessoas são os pilares que, mais do que nunca, farão a diferença na próxima década.