Maio marca o mês do orgulho geek, uma celebração da cultura pop, da tecnologia, dos games e do universo dos fãs. Mais do que uma homenagem, a data reforça o protagonismo de uma comunidade que tem sido um dos principais vetores de transformação digital no entretenimento, especialmente no Brasil. Trata-se de um público exigente, conectado e que não apenas consome, mas dita tendências e desafia o mercado a evoluir continuamente.

O mercado de entretenimento, incluindo o segmento geek, tem experimentado uma expansão significativa nos últimos anos, impulsionado pela digitalização e pela adoção massiva de dispositivos móveis. No Brasil, o mercado gerou US$ 5,9 bilhões em 2022, posicionando o país na oitava colocação no ranking mundial, segundo o Global Licensing Industry Study. Não por acaso, empresas como a Crunchyroll – subsidiária da Sony – identificaram o Brasil como seu segundo maior mercado de assinantes. É um dado que, por si só, revela o peso estratégico do público brasileiro e a força da cultura geek na economia criativa global.
A exigência de experiências fluidas
Com tamanha relevância cultural e econômica, seria natural esperar que a experiência de consumo desse público evoluísse em todos os pontos de contato – inclusive nos meios de pagamento. Mas é justamente aqui que se concentra um dos principais desafios do setor: acompanhar um consumidor que valoriza a conveniência imediata e que não tolera fricções digitais.
Segundo o estudo “Tapping Into the Future of Payments”, da PYMNTS Intelligence, a geração Z – a mesma que lidera o consumo de entretenimento – já expressa clara preferência por meios digitais. Para 85% dos entrevistados, esse é o padrão esperado.
Em um cotidiano marcado por excesso de estímulos e escassez de tempo, a agilidade no pagamento deixou de ser comodidade e passou a ser critério de permanência. O botão de compra precisa ser tão fluido quanto o streaming de um episódio.
O papel da inovação nos bastidores do consumo
O setor de Entretenimento e Mídia (E&M) no Brasil está projetado para crescer significativamente, com um aumento estimado de US$ 41,3 bilhões até 2027, segundo a PwC. Streaming, jogos e produtos digitais lideram esse avanço – todos com forte adesão do público geek. A inovação, nesse contexto, deixa de ser diferencial competitivo e passa a ser pré-requisito de sobrevivência.
Um bom exemplo é a solução implementada pela Cielo em uma plataforma de streaming em 2022: antes da adoção do Atualizador de Base de Cartões (ABU), o cancelamento de serviços por trocas de cartão era frequente. Com o ABU, o sistema passou a atualizar automaticamente os dados de pagamento, garantindo continuidade e reduzindo fricções – exatamente o que se espera de uma experiência fluida e invisível ao usuário.
Outro caso emblemático é o da Comic Con Experience (CCXP), hoje considerada a maior convenção de cultura pop do mundo. O evento, realizado em São Paulo, movimenta milhões de reais, reúne milhares de fãs e atrai marcas globais. O Brasil deixou de ser apenas um mercado consumidor: tornou-se uma plataforma de influência cultural e econômica, impulsionada por uma comunidade geek engajada, exigente e conectada.
Pagamentos como parte da experiência
Esse novo perfil de consumidor espera mais do que entretenimento. Espera autonomia, flexibilidade e controle – inclusive sobre como e quando pagar. Uma pesquisa recente da Cielo mostra que 71% dos consumidores querem uma ampla variedade de opções de pagamento, enquanto mais de 90% associam inovação nesse campo à fidelização. Isso reforça o conceito de hiperconveniência: experiências de consumo contínuas, integradas e sem barreiras perceptíveis.
Pagamentos instantâneos, como o Pix, têm revolucionado o setor ao eliminar etapas e filas, atendendo a compras planejadas e impulsivas. Com um simples QR code, é possível sair de um anúncio nas redes sociais diretamente para a finalização da compra – sem fricções, sem espera. O mesmo vale para a entrada em eventos, recarga de jogos e consumo de conteúdos sob demanda.
Não por acaso, o Pix tornou-se indispensável para o entretenimento no Brasil, com ampla adoção na compra de ingressos, serviços de streaming e jogos online. Sua velocidade e ausência de taxas o tornaram o meio preferido por empresas e consumidores.
Outro recurso cada vez mais valorizado é o uso de carteiras digitais. A geração Z já demonstra preferência por soluções como Apple Pay, Google Pay e Click To Pay, dispensando os cartões físicos. E a segurança dessas transações também evoluiu: tecnologias como tokenização e autenticação biométrica atendem a uma geração que exige praticidade sem abrir mão da proteção de dados.
Com a globalização dos serviços de entretenimento, os pagamentos internacionais também se tornaram parte da equação. Plataformas e ecommerce que operam com públicos diversos precisam oferecer soluções cross-border que convertam moedas, gerenciem taxas e atendam às exigências regulatórias de cada país. Nesse cenário, empresas como a Cielo têm ampliado seu portfólio com tecnologias que simplificam essas transações e conectam negócios brasileiros ao mercado global.
Por fim, há um movimento emergente – mas com potencial transformador – no uso de moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs) e no avanço do blockchain. No universo dos games, por exemplo, o uso de criptoativos já é realidade. E a tendência é que essas tecnologias sejam integradas aos sistemas tradicionais, oferecendo novas formas de monetização, fidelização e controle de ativos digitais.
A experiência do consumidor, especialmente no entretenimento, já não é mais medida apenas pelo conteúdo oferecido, mas também por tudo o que o cerca – da interface à jornada de pagamento. Meios de pagamento ágeis, seguros e integrados são hoje parte estrutural da entrega de valor. E empresas que atuam nesse ecossistema precisam estar prontas para inovar na mesma velocidade com que o público se reinventa.