“E se toda empresa pudesse ser também um banco?”. Essa pergunta, que há poucos anos soaria como provocação futurista, hoje define uma das transformações mais radicais no mundo dos negócios e foi o ponto de partida do painel “Oportunidades e desafios no processo de ‘Fintechzação’ das empresas”, destaque da Febraban Tech 2025, do qual participei junto com Marcos Cavagnoli, diretor do Bradesco.

Esse movimento está redefinindo as fronteiras entre empresas tradicionais e serviços financeiros, criando oportunidades inéditas para negócios de todos os setores. Durante o Febraban Tech 2025, especialistas debateram como essa transformação está moldando o mercado brasileiro e global, revelando estratégias para empresas que desejam expandir sua atuação no ecossistema financeiro.
Como a infraestrutura financeira acelera a fintechzação dos negócios
A fintechzação representa uma estratégia de longo prazo que redesenha modelos de negócio completos. Mais do que simplesmente oferecer pagamentos ou crédito, permite construir relações financeiras profundas dentro do ecossistema da empresa, gerando novas fontes de receita e fortalecendo a fidelização dos clientes.
Payment as a Service
O Payments as a Service é a chave que destrava o potencial financeiro escondido em qualquer operação. Quando um restaurante, por exemplo, passa a oferecer seu próprio sistema de pagamento, isso muda fundamentalmente sua relação com os clientes. A jornada é quase orgânica: empresas começam integrando pagamentos em suas plataformas e, aos poucos, descobrem oportunidades para criar novos fluxos de receita e experiências únicas. É como dar ao seu negócio um superpoder financeiro sem precisar virar um banco – você continua sendo quem é, só que agora com uma nova dimensão que seus clientes nem sabiam que precisavam.
Casos de sucesso no mercado brasileiro
O Tap to Pay marcou uma virada no mercado de pagamentos ao transformar smartphones em terminais de cartão, eliminando a necessidade de maquininhas físicas. A funcionalidade simplificou a jornada de pagamento e democratizou o acesso a soluções financeiras, especialmente entre pequenos negócios e profissionais autônomos. Desde então, a tecnologia evoluiu e passou a ser adotada por outras empresas, como o Will Bank. A expansão do Tap to Pay é um exemplo claro de como o embedded finance, quando bem contextualizado e integrado à rotina do usuário, tem potencial para gerar impacto real, sustentável e cada vez mais acessível.
O futuro: fintechzação impulsionada por IA
Estamos entrando na fase em que o Banking as a Service se combina com inteligência artificial. Não tem como embutir um serviço financeiro sem uma estratégia robusta de dados. As soluções de fintechzação do futuro serão embutidas e inteligentes, com personalização baseada em dados e decisões automatizadas.
O Brasil está bem posicionado para liderar essa transformação, combinando infraestrutura tecnológica, cultura digital e um ambiente regulatório que permite inovação contínua no ecossistema financeiro.