Do login ao checkout, a fraude se esconde nas sombras – altamente sofisticada, global em escala e profundamente enraizada na jornada do varejo.
A digitalização introduziu novos desafios que exigem estratégias abrangentes de gestão de fraudes. Os avanços em IA e os ataques automatizados de bots transformaram a fraude em um alvo em movimento – em constante mudança, adaptação e difícil de rastrear.

As empresas utilizam canais digitais para interagir com os clientes e atingir metas de crescimento. Como os consumidores exigem acesso rápido a produtos e serviços, os varejistas estão ajustando suas estratégias digitais para coletar apenas os dados necessários e priorizar a velocidade, reduzindo o atrito.
Os fraudadores entendem esse movimento e exploram vulnerabilidades nesses pontos de contato em seu benefício. Esquemas de phishing conduzidos por humanos e redes de fraudes internacionais continuam a se expandir, aumentando as pressões de custo.
Isso nos leva a um novo desafio. Como as empresas podem reduzir fraudes, proteger os clientes, diminuir os falsos positivos, aprimorar a experiência do cliente e, ao mesmo tempo, aumentar a lucratividade e a eficiência?
Para se manter à frente das fraudes, as empresas precisam tratar a adaptabilidade não como opção, mas como estratégia central. O sucesso depende de uma evolução contínua: enfrentar as ameaças de hoje de frente e, ao mesmo tempo, antecipar as de amanhã.
O papel dos rastros digitais na prevenção de fraudes
O rastro digital de um cliente – dispositivos conectados, comportamentos transacionais, geolocalização, endereço de e-mail e outros atributos associados – é uma ferramenta fundamental no combate à fraude. Esses dados formam um identificador único que diferencia clientes confiáveis de potenciais fraudadores.
Considere, por exemplo, a detecção de anomalias. O comportamento típico de um cliente pode incluir logins frequentes a partir de um smartphone em uma região específica. Se surgir um login repentino de outro local distante ou de um dispositivo desconhecido, a empresa pode agir com base nesse sinal de alerta para reforçar a segurança, preservando a conveniência do cliente.
Esse exemplo destaca o uso de um único atributo. A Parks Associates relatou que, em 2023, uma residência americana com internet possuía em média 17 dispositivos conectados. Cada domicílio usa dispositivos vinculados a indivíduos específicos, com endereços de e-mail, perfis sociais e números de telefone associados. As variáveis se multiplicam ao considerar diferentes combinações e ampliam a precisão da análise.
Parte da solução está em um identificador digital global que consolida o rastro digital único de cada indivíduo. Identificar a legitimidade em tempo real permite diferenciar quem é confiável de quem apresenta risco, facilitando a jornada de clientes legítimos e bloqueando tentativas de fraude.
Essa abordagem também gera insights valiosos na identificação de novos clientes – seja em um checkout como convidado, na abertura de uma nova conta ou em um primeiro pagamento. No entanto, as informações fornecidas pelo consumidor e os dados do dispositivo disponíveis por meio de um consórcio de varejistas podem ajudar a traçar um panorama mais completo de cada identidade que entra no ecossistema de negócios.
Pense nisso como um acesso inteligente: fluido para os confiáveis, cauteloso para os suspeitos. Assim, a experiência do cliente melhora sem comprometer a segurança.
A evolução das táticas de fraude
Os fraudadores estão sempre sofisticando suas técnicas. Agora, eles vão além da automação, utilizando ataques conduzidos por humanos que imitam o comportamento de clientes reais. Phishing, engenharia social e ligações fraudulentas são comuns, dificultando a detecção de fraudes. Os fraudadores habilmente usam credenciais roubadas como armas, passando-se por usuários legítimos ou fabricando identidades que são quase indistinguíveis das reais.
A evolução da IA generativa amplia ainda mais essa capacidade, criando scripts automatizados que executam ataques como o preenchimento de credenciais de uma maneira mais humana, tornando cada vez mais difícil distinguir ataques automatizados por bots e os conduzidos por humanos em escala global.
A fraude transfronteiriça é outro grande desafio. As interações digitais ignoram fronteiras geográficas, mas a tecnologia pode revelar padrões específicos de fraude que vinculam ataques e credenciais comprometidas em diferentes regiões.
Uma credencial fraudulenta nunca permanece local. São armas globais capazes de alcançar qualquer cliente, em qualquer lugar, quase instantaneamente, mesmo em diferentes setores. Um golpe financeiro direcionado ao e-commerce hoje pode atingir uma instituição financeira amanhã.
A inteligência global como escudo contra fraudes
Um consórcio de inteligência contra fraudes, que analisa bilhões de transações por ano, comprova a natureza interconectada do ecossistema global. A análise mostra que as empresas não podem mais combater fraudes isoladamente. Para ter sucesso, elas precisam usar inteligência de identidade global, identificar padrões compartilhados de fraude e aplicar tecnologias avançadas de IA para combater ataques de forma eficaz.
Fraudes cada vez mais complexas tornam impossível que uma única solução garanta segurança completa. É necessária uma estratégia de segurança multicamadas, que combine pontos de dados, técnicas e diferentes ferramentas de detecção, como inteligência de dispositivos, inteligência comportamental, rastreamento de geolocalização e insights sobre fraudes em tempo real.
A inteligência comportamental, por exemplo, permite identificar indivíduos analisando padrões típicos de digitação e o uso da tela sensível ao toque do usuário legítimo, comparando-os a cada nova interação. As ações do indivíduo que efetua login estão alinhadas ao esperado para aquele usuário ou há anomalias que indicam um suspeito? Ao integrar inteligência de geolocalização, dispositivos e e-mails, essa estrutura adaptável identifica ameaças com precisão, sem comprometer a conveniência esperada pelos clientes.
Os fluxos de trabalho devem permanecer adaptáveis. As táticas de fraude que desafiam as empresas hoje podem evoluir rapidamente, tornando estratégias de proteção anteriores ineficazes. As organizações precisam de sistemas ágeis de prevenção de fraudes, facilmente escaláveis, que integrem novos sinais à medida que surgem.
Equilibrando a experiência do cliente com estratégias de mitigação de fraudes
Medidas de segurança excessivamente rígidas podem frustrar clientes legítimos e comprometer a confiança. Porém, a percepção de que controles rigorosos contra fraudes aumentam a rotatividade de clientes vem de abordagens pontuais e mal calibradas.
Estratégias de combate a fraudes bem planejadas conseguem equilibrar proteção e experiência. Ao utilizar dados de identidade digital confiáveis, empresas reduzem falsos positivos, oferecem interações fluidas aos clientes legítimos e bloqueiam com eficiência tentativas de fraude.
As empresas podem combater fraudes reconhecendo o valor dos rastros digitais e aproveitando a inteligência compartilhada global. Orquestrar sinais de risco multicamadas protege clientes fiéis e garante que seus modelos de negócios permaneçam resilientes.
A fraude não vai desaparecer, mas com defesas digitais estratégicas a confiança pode prosperar. Obter um profundo conhecimento dos rastros digitais dos clientes e compartilhar os insights de risco resultantes entre empresas de diferentes regiões e setores capacita as organizações a crescerem com ousadia, mesmo em um cenário global.