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Em abril, tráfego no e-commerce cai 2,8%; motivo seria redução dos acessos via web

Por: Giuliano Gonçalves

Jornalista do portal E-Commerce Brasil, possui formação em Produção Multimídia pelo SENAC e especialização em técnicas de SEO. Sua missão é espalhar conteúdos inspiradores.

Se em março o e-commerce brasileiro teve uma alta de 5,6%, o mesmo não pode ser falado sobre abril. Isso porque o mês sofreu uma leve retração, com 2,40 bilhões de acessos únicos. Comparado a março, trata-se de uma queda de 2,8%, conforme aponta o Relatório Setores do E-commerce no Brasil, da Conversion.

Em relação a março de 2024, o movimento do e-commerce no Brasil em abril de 2024 teve uma queda de 2,8%, causada pela diminuição dos acessos via web (3,9%). No entanto, os acessos por aplicativos cresceram 1,4% / Fonte: SimilarWeb e Conversion

Em relação aos acessos a e-commerces em abril, mais de 77% foram a partir de celulares. Apesar de 23% dos acessos serem via por desktops, pesquisadora afirma que desempenho ruim do tráfego se deu pela queda de 3,9% da modalidade.

Abaixo, você confere as visitas totais de abril às categorias e seus respectivos dispositivos:

Desempenho por setor

Os setores que mais perderam visitas em abril tiveram quedas mais acentuadas do que aqueles que registraram crescimento. O setor de Presentes e Flores caiu 11%, enquanto o de Comidas e Bebidas recuou 9,5%.

Em contraste, o setor de Joias e Relógios, que mais cresceu, teve um aumento de apenas 5,8%, aproximadamente metade da queda do setor de Presentes e Flores.

Marketplace e desempenho geral

O setor de marketplaces, que representa quase metade de todo o tráfego do comércio eletrônico brasileiro, registrou uma diminuição de 1,8% em abril, totalizando 1,07 bilhão de acessos. Apesar dessa queda, houve um aumento de 2,3% nos acessos via aplicativos de marketplaces.

As principais marcas reagiram de maneira variada. O Mercado Livre, por exemplo, teve um crescimento tímido de 0,6%, superando os 340 milhões de acessos pela primeira vez em dois meses.

Já a Shopee, terceira maior plataforma em acessos, cresceu 5,1%, aproximando-se da Amazon Brasil — que registrou 189 milhões de visitas, uma queda de 5,8%. OLX e Magalu também retraíram, com quedas de 0,8% e 1,8%, respectivamente.

Comparação anual e isenção de US$ 50

O desempenho de abril de 2024 ficou abaixo do registrado no mesmo mês do ano anterior, quando os acessos somaram 2,44 bilhões de visitas, indicando uma retração de cerca de 1,6%.

Em meio ao debate sobre a possível eliminação das isenções tributárias para compras feitas no exterior abaixo de US$ 50 (aproximadamente R$ 250), as plataformas de importados cresceram pelo segundo mês consecutivo.

Prova disso é que alcançaram o melhor número desde novembro de 2023, com 170,6 milhões de visitas únicas, um aumento de 0,9% em relação a março. O desempenho superior anterior, em novembro, foi de 202,5 milhões, impulsionado pela Black Friday.

Setor de Importados

O setor de importados é dominado por empresas asiáticas, como AliExpress e Shein — juntas, somaram 139 milhões de acessos, representando 82% do total do setor de importados. Este setor representa 7% do total de acessos de todas as plataformas online.

Diego Ivo, CEO da Conversion, destacou a importância de ouvir as empresas na discussão tributária, uma vez que apenas negócios habilitados no Programa Remessa Conforme (PRC) possuem a isenção atual, pagando uma taxa de 17% de ICMS. “Para ele, “O e-commerce que compete com e-commerces brasileiros sem a mesma carga tributária está impactando fortemente a indústria e o varejo no país, então creio que seja necessária alguma isonomia de tributos”.

O AliExpress estimou que, se o benefício for retirado, o aumento do imposto nas compras de itens importados será de 92%, “a maior taxa praticada em todo o mundo”. A Shein afirmou que, se o projeto avançar no governo, ela poderia até sair do país.

O relatório na íntegra pode ser baixado aqui.