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Construindo um supply chain mais inteligente para o e-commerce

Por: Marco Beczkowski

Marco Antonio Beczkowski é diretor de vendas e Customer Success para o Brasil na Manhattan Associates. Profissional com ampla experiência no ramo, já foi membro do conselho da ABOL (Associação Brasileira de Operadores Logísticos). É formado em engenharia de computação pela City, University of London.

A explosão do comércio eletrônico impactou todas as partes do supply chain, dos centros de distribuição ao estoque e transporte. Fundamentalmente, os supply chains foram construídos com base nos princípios logísticos de escala, consolidação e centralização. Por décadas eles proporcionaram grandes eficiências. O comércio eletrônico, no entanto, é a antítese desses princípios.

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A entrega de dois dias, no dia seguinte e no mesmo dia promete mudar as prioridades de execução do transporte. Ele introduziu um novo conjunto de objetivos de velocidade, flexibilidade e entrega de quantidades menores de mercadorias para cada vez mais locais. À medida que as empresas correm para atender às expectativas dos consumidores, a decisão de oferecer todos esses métodos diferentes de entrega e envio teve um grande impacto em seus resultados. Em 2018, por exemplo, a Amazon gastou US$ 27,7 bilhões em frete. Muitas organizações enfrentam o custo crescente de atender às expectativas de entrega dos clientes, mas sem os bolsos profundos da Amazon.

Em suma, satisfazer novas demandas sem evoluir a cadeia de suprimentos não é sustentável. É por isso que as empresas estão tomando medidas para otimizar suas redes de transporte. Estão utilizando novas tecnologias para atender às expectativas dos clientes e aproveitar a ciência avançada do aprendizado de máquina para reduzir custos e competir com mais eficiência.

Chegando mais perto do cliente

As empresas percebem que quanto menor a distância que um item percorre, mais fácil e mais barato é chegar ao cliente. Como resultado, uma quantia sem precedentes de dinheiro está sendo investida na construção de novos centros de distribuição. Muitos empresários acreditam que ter armazéns ainda maiores e espalhados pode melhorar a operação. Entretanto, um bom sistema é muito mais eficiente e barato.

Um número maior de armazéns tem que lidar com o problema de escassez de mão-de-obra, especialmente quando há baixo desemprego geral. Para preencher as muitas vagas de emprego, as principais organizações estão se tornando mais amigas dos funcionários. Melhor remuneração por hora, melhores benefícios, agendamento flexível e vários incentivos são usados para atrair e reter funcionários. Ao mesmo tempo, surgiu uma nova variedade de tecnologias de automação — tudo, desde cobots (robôs colaborativos) à tecnologia de mercadorias para pessoas, está sendo usado para preencher lacunas de mão-de-obra, aumentar a eficiência e a escalabilidade no atendimento de pedidos digitais.

Além da construção de CD, os varejistas estão alavancando suas lojas como centros de atendimento. Hoje, a moderna loja de varejo se tornou um ponto de experiência do cliente, parte de um modelo localizado de distribuição e atendimento. Isso significa que uma rede de 400 lojas se torna uma rede de 400 locais em potencial mais perto do cliente a partir do qual extrair estoque.

Opções como compras online, retirada na loja e retirada na calçada ajudam a reduzir os custos de transporte, trazendo os consumidores diretamente para seus pedidos. As empresas também estão reduzindo os custos de transporte utilizando lojas como pontos de retorno consolidados. E, à medida que as lojas consolidam suas operações em pontos de contato com experiencia e centros de atendimento localizados, a estratégia injeta eficiência no processo e ajuda a direcionar os compradores para locais de tijolo e argamassa.

Tecnologia avançada para um mundo digital

Além das mudanças físicas, a adoção de tecnologia avançada também está afetando o cumprimento dos pedidos de comércio eletrônico. Vinte anos atrás, o transporte era simplesmente considerado um mal necessário: um centro de custo com valor estratégico mínimo. Em seguida, o desenvolvimento de sistemas de gerenciamento de transporte (TMS) prevê que houve eficiência e economia de custos. Hoje, o mesmo se aplica à toda a cadeia de suprimentos. Melhores TMS, melhores sistemas de gerenciamento de armazém e melhores sistemas de gerenciamento de pedidos ajudaram a otimizar os processos e as decisões do supply chain para cumprir o compromisso com o cliente da maneira mais eficiente possível.

É importante ter um sistema de gerenciamento de pedidos para poder acessar o inventário e tomar as melhores decisões sobre o cumprimento do pedido. Além desse, vale também ter um que traga o componente de gerenciamento de transporte para poder mover os pedidos pela rede, a fim de obter o melhor preço e nível de serviço e fornecer essa visibilidade durante o ciclo de entrega ao cliente. É preciso estar mais integrado do que nunca para gerenciar o varejo omnichannel com muita eficiência.

Tornar o comércio eletrônico lucrativo requer um melhor planejamento, análise e previsão. E isso significa usar inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina (ML) para processar e analisar grandes volumes de dados. Com uma estimativa de 2,5 quintilhões de bytes de dados criados diariamente — sobre itens como clientes individuais, padrões de demanda locais e regionais, redes de transporte complexas e muito mais —, o aprendizado de máquina e a IA têm a capacidade de descobrir as informações ocultas nos dados para aproveitar as oportunidades de otimização.

Adaptar e prosperar

O comércio eletrônico e seu papel na economia geral continuarão aumentando em uma tendência ascendente constante, sem sinais de desaceleração. As vendas globais no varejo de comércio eletrônico devem crescer 265%, para US$ 4,9 trilhões, até 2021. As empresas que evoluem suas cadeias de suprimentos agora — e tornam o comércio digital lucrativo — são as que terão uma vantagem distinta.


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