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Como turbinar os processos do seu CSC e deixar a operação (realmente) mais eficiente

Por: Tiago Amor

CEO da Lecom

Tiago Amor é formado em Sistemas da Informação pela UNESP, onde também se especializou em Gestão empresarial. Especialista em Gestão de Projetos na FGV, atualmente é CEO na Lecom, plataforma pioneira em hiperautomação no Brasil.

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Se você trabalha em um CSC (Centro de Serviços Compartilhados), já sabe: eficiência é a alma do negócio. Mas o que pouca gente conta é que, muitas vezes, o que está travando a evolução do seu CSC não é o volume de trabalho — é o como ele acontece. E aí, entra uma palavrinha mágica: processo. Sim, processo. Aquela engrenagem invisível que move tudo, mas que, quando emperra, vira um pesadelo disfarçado de rotina.

Homem em escritório trabalhando no computador com a tela exibindo “CSC – Centro de Serviços Compartilhados” e ícones de processos e integração.
Imagem gerada por IA.

Muita gente ainda associa CSC à ideia de um centro “puramente operacional”. Mas esse modelo ficou no passado. Hoje, o CSC precisa ser estratégico. Não é só sobre consolidar atividades, é sobre gerar valor para o negócio. Isso só acontece quando os processos internos funcionam como um reloginho — digital, de preferência.

De acordo com a pesquisa CSC Survey 2023, da Deloitte, cerca de 75% das organizações da América Latina já estão implementando ou planejando implementar a automação robótica de processos em suas operações. Além disso, a pesquisa do Centro de Serviços Compartilhados S-Latam revelou que 57% dos CSCs recuperam o valor investido de um a dois anos após a implementação, e 35% observaram um aumento de produtividade entre 5% e 10% ao ano.

Sabe o que isso significa? Que a competitividade do seu CSC vai depender diretamente da sua capacidade de evoluir processos, não apenas de cumprir tarefas.

Automatizar tarefas repetitivas é o primeiro passo

Há três grandes áreas que, quase sempre, precisam de um upgrade urgente. A primeira são os processos manuais e repetitivos — aquelas tarefas de “copiar e colar”, validar nota fiscal, aprovar solicitação de compras ou mandar e-mail de lembrete. Isso aí é trabalho para robô, não para ser humano. Ferramentas de automação, como RPA (Robotic Process Automation), entram aqui para liberar sua equipe para pensar — não para clicar.

A segunda dor comum é a falta de visibilidade e controle. Se a sua operação depende de planilhas soltas, e-mails dispersos e grupos no WhatsApp, sinto dizer: você está dirigindo no escuro. Implementar um sistema de gestão de processos (BPM) ajuda a dar rastreabilidade, gerar insights e medir o que realmente importa.

Integração e comunicação eficiente entre áreas

E o terceiro ponto crítico: a comunicação fragmentada entre áreas. O CSC é algo que envolve integração. Quando cada área fala uma língua, os processos viram uma Torre de Babel. Plataformas colaborativas, workflows bem desenhados e integrações com ERPs ajudam a construir uma linguagem comum. E spoiler: isso muda tudo.

Mais do que conectar áreas, o segredo está em conectar inteligências. Quando o CSC opera com tecnologias integradas de ponta a ponta — do atendimento ao financeiro, do jurídico ao RH —, você transforma dados em decisões, fluxos em resultados, e tarefas em experiências. Não é só sobre fazer melhor, é sobre enxergar oportunidades onde antes só existiam demandas. Isso só acontece quando você sai do modelo “silo a silo” e adota uma mentalidade de jornada unificada.

Casos reais de sucesso na transformação do CSC

Casos reais mostram o impacto dessa transformação. A Atlantica Hospitality, por exemplo, conseguiu catalogar 320 tipos de demandas em seu CSC, atendendo a 200 mil chamados anuais. O resultado? O cumprimento dos SLAs saltou de 88% para 98% em apenas um ano, além de eliminar ferramentas manuais como planilhas e e-mails, centralizando tudo em uma única plataforma.

Melhorar os processos de um CSC não é só sobre tecnologia. É sobre mudar mentalidade. Não adianta ter a melhor ferramenta se ninguém compra a ideia. Por isso, comece pequeno, mostre valor rápido e escale com inteligência.

No fim do dia, melhorar o CSC é um exercício contínuo de escuta, experimentação e evolução. É ter coragem de revisar o que está “funcionando mais ou menos” e transformar em algo que realmente funcione — e, se for com tecnologia, melhor ainda. Processo não é burocracia. Processo é potência. E, nesse cenário, os processos inteligentes ganham protagonismo ao conectar pessoas, dados e tecnologia de forma contínua, potencializando a tomada de decisão e a eficiência. Quer deixar seu CSC realmente eficaz? Comece melhorando o “como”. O “quê” será consequência.