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Circularidade das embalagens no contexto do e-commerce

Por: Thiago Hess

Gerente de Comunicação e Marketing na Termotécnica

Bacharel e Mestre em Administração com habilitação em Marketing pela PUC/PR, MBA em Marketing pela UFPR e especialização em Negócios pela Fundação Dom Cabral. Mais de 17 anos de experiência em Comunicação e Marketing, especialista em ESG e Economia Circular.

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O mercado de e-commerce está testemunhando uma transformação fundamental no que diz respeito à circularidade das embalagens. O que antes era tratado como item operacional assumiu papel estratégico nos processos do varejo digital. Dados recentes revelam que mais de 70% das grandes plataformas de e-commerce no Brasil já incorporam critérios de circularidade em suas decisões sobre embalagens – não por modismo, mas por reconhecimento claro da relevância dessa mudança para o mercado.

(Imagem: divulgação/Termotécnica)

Estratégias de circularidade em embalagens

A evolução das embalagens no ambiente digital reflete uma transformação ainda mais profunda no mercado. O modelo linear tradicional – extrair, produzir, consumir, descartar – está sendo substituído por abordagens circulares que redesenham todo o ciclo de vida dos materiais. A prática da economia circular para produtos como embalagens passa por novos modelos de negócios e processos de fabricação. O objetivo é reduzir a dependência de matérias-primas virgens, priorizando insumos recicláveis e/ou reciclados, repensando a forma como os produtos são concebidos.

Um exemplo emblemático dessa transformação é o caso do poliestireno expandido (EPS), popularmente conhecido como isopor. Longe de ser um problema ambiental insolúvel, o EPS já conta com logística reversa e cadeia de reciclagem estabelecida no país, onde embalagens pós-consumo são transformadas em novos componentes para a indústria, demonstrando na prática os princípios da circularidade. No portal soureciclavel.com.br são listados os pontos de coleta onde o material pode ser descartado corretamente.

As exigências regulatórias globais estão acelerando essa transição. A União Europeia estabeleceu metas claras para 2030, incluindo sistemas obrigatórios de rotulagem e taxação progressiva para materiais não sustentáveis. Essas medidas criam um novo paradigma regulatório que influencia diretamente as operações de comércio eletrônico, mesmo em mercados emergentes como o Brasil. Empresas que não se adaptarem a essas mudanças enfrentarão não apenas barreiras comerciais, mas também perda de competitividade em um mercado cada vez mais sensível a questões ambientais.

A embalagem como experiência ao consumidor no e-commerce

No contexto do e-commerce, as embalagens circulares representam muito mais do que uma resposta a demandas ambientais. Elas se tornaram ferramenta estratégica para melhoria da experiência do cliente e construção de valor de marca. O desafio atual para os gestores do setor não é mais questionar se devem adotar esses modelos, mas sim como implementá-los de forma eficiente e escalável em suas operações. A resposta a esse desafio exigirá investimentos em tecnologia, parcerias estratégicas com indústrias, elos dessa logística reversa e uma revisão dos processos de tomada de decisão sobre materiais e design de embalagens.

O e-commerce está no centro dessa revolução. Com consumidores cada vez mais exigentes e um mercado que valoriza práticas sustentáveis, as embalagens se tornaram um poderoso diferencial competitivo. A pergunta que se impõe não é mais “se” devemos adotar essas mudanças, mas “como” implementá-las de forma eficiente e estratégica. Sua marca já começou essa jornada?