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A revolução digital no varejo: como telas interativas estão transformando a experiência do consumidor

Por: Renata Viezzer

Renata Viezzer é empreendedora e CEO da Supermídia. Diretora de Marketing, conta com mais de 18 anos de experiência no setor de tecnologia, inovação e varejo.

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As luzes vibrantes dos painéis digitais e a fluidez das interfaces interativas vêm se tornando cada vez mais presentes no cenário do varejo. Não se trata mais de uma tendência, mas de uma realidade consolidada que transforma a maneira como marcas se comunicam com seus clientes.

Mulher interage com painel digital de ofertas em loja, segurando sacolas de compras.
Imagem gerada por IA.

A digitalização do ponto de venda, com telas estrategicamente posicionadas, promete dinamismo, personalização e uma jornada de compra mais fluida. Mas, como toda transformação, ela carrega consigo um desafio fundamental: inovar sem excluir.

Segundo levantamento da Retail Customer Experience, 80% dos consumidores reconhecem que a digitalização melhora a experiência de compra. Esse dado revela um cenário promissor e ao mesmo tempo exige atenção. Afinal, se a maioria vê valor na tecnologia, ainda resta uma parcela significativa de consumidores que pode se sentir deslocada nesse novo ambiente.

A tecnologia como aliada da experiência de compra

A questão, portanto, não está na adoção da tecnologia em si, mas em como ela é implementada. Grandes redes já mostraram que é possível aliar eficiência operacional e experiência do usuário com o uso de painéis digitais. No caso dos supermercados, por exemplo, as telas deixaram de ser apenas vitrines eletrônicas e passaram a ser ferramentas inteligentes de comunicação. A possibilidade de atualizar promoções em tempo real, integrar ofertas ao sistema de gestão da loja e direcionar campanhas de acordo com o comportamento do consumidor torna a operação mais ágil e eficaz.

Porém, a tecnologia só é útil quando é acessível. Um painel pode ser moderno e visualmente impactante, mas, se for complexo demais, corre o risco de afastar justamente o público que deveria atrair. Clientes mais tradicionais, com menos familiaridade digital, podem se sentir confusos ou até desmotivados a interagir. É nesse ponto que entra o papel da estratégia. Interfaces intuitivas, mensagens claras e, quando possível, algum nível de personalização sob controle do próprio consumidor são aspectos essenciais para que a experiência seja, de fato, positiva.

Equilibrando automação e humanização no varejo

Outro ponto relevante é o equilíbrio entre automação e humanização. O varejo é, por essência, um espaço de relações. Substituir completamente o contato humano por soluções automatizadas pode tornar o ambiente mais impessoal, especialmente em segmentos nos quais o atendimento é parte importante da experiência. O segredo está em usar a tecnologia como aliada, não como substituta.

Quem observa esse movimento enxerga com bons olhos a evolução digital no varejo, desde que guiada por critérios de inclusão e funcionalidade. Não basta digitalizar por digitalizar. É preciso garantir que a inovação agregue valor ao consumidor e facilite a vida do varejista. A tecnologia deve ser simples, estratégica e adaptável, capaz de atender tanto o cliente mais conectado quanto aquele que ainda prefere interações mais tradicionais.

Em um mercado tão competitivo, oferecer conveniência e agilidade é vital. Mas nada disso terá efeito se a experiência final for confusa ou excludente. A verdadeira inovação está em incluir todos – em criar pontes, e não barreiras. Painéis digitais podem, sim, transformar o varejo. Mas o sucesso dessa transformação dependerá sempre de um olhar atento às pessoas. Afinal, são elas o centro de qualquer revolução.