Diferente de março, as vendas do varejo brasileiro registraram alta de 0,6% em abril, segundo o Índice do Varejo Stone (IVS). Em relação ao mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 0,4%. O estudo acompanha mensalmente o desempenho do setor a partir de dados de transações processadas pela empresa.

Na comparação mês a mês com março, o e-commerce teve desempenho superior ao comércio físico, com crescimento de 5,3%. Já as vendas em lojas físicas subiram 0,3%. Por outro lado, em relação a abril de 2024, o varejo eletrônico recuou 4,8%, enquanto o varejo físico avançou 1,3%.
Apesar dos resultados positivos no curto prazo, especialistas alertam para um cenário ainda instável.
“O mercado de trabalho segue enfraquecido, com aumento no desemprego e menor geração de vagas formais. As famílias continuam pressionadas pelo endividamento e pela inflação. É cedo para falar em reversão de tendência”, afirma Matheus Calvelli, pesquisador da Stone.
Setores em destaque
Entre os oito segmentos analisados, sete registraram crescimento em abril. Os destaques foram:
- Livros, jornais e papelaria: 7%
- Material de construção: 2,1%
- Vestuário e móveis/eletrodomésticos: 1,3%
O único recuo ocorreu no setor de supermercados e alimentos, com queda de 2,2%.
Na comparação anual, o melhor desempenho foi do segmento de combustíveis e lubrificantes, com alta de 5,8%, seguido por supermercados (4%) e vestuário (3,3%). Móveis e eletrodomésticos recuaram 3,2%, assim como outros setores, como artigos farmacêuticos e materiais de construção.
Desempenho regional
Ao todo, 19 estados registraram aumento nas vendas em abril na comparação com o mesmo mês de 2024. Entre os destaques estão Acre (12,1%), Amapá (9,4%) e Sergipe (8,6%).
Já as maiores quedas ocorreram no Distrito Federal (4,7%), Mato Grosso do Sul (4,4%) e Rondônia (3,3%).
Apesar das variações positivas pontuais, a avaliação da Stone é que o setor ainda opera abaixo do ritmo ideal. “As altas de abril não compensaram as quedas de março, como no caso do vestuário, que subiu 1,3% após recuar 3,3%. Ainda não vemos uma recuperação sustentada”, conclui Calvelli.