Recentemente destacamos a liderança da Shopee em instalação de aplicativos no Brasil no segundo semestre do ano, com mais de 9 milhões de instalações únicas. Além disso, mostramos alguns “segredos” do sucesso do maior e-commerce do Sudeste Asiático — revelado por Debora Urbach, Sales Lead Latam da SHAREit, que presta serviço para a empresa. Entretanto, segundo afirma a Reuters, tudo leva a crer que a Shopee cancelou dezenas de ofertas de emprego nas últimas duas semanas.
Segundo fontes ouvidas pela agência, isso ocorre em movimento que vem após sua controladora, Sea, relatar prejuízos crescentes e crescimento de receita acentuadamente mais lento. O relato partiu de quatro pessoas entrevistadas pela Reuters que participaram de um grupo no WeChat de cerca de 60 pessoas. O grupo, neste caso, foi criado para discutir o fechamento das vagas da Shopee. Entre as informações, pessoas disseram que suas posições foram suspensas apenas alguns dias antes da previsão de início no cargo.
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A Sea, com sede em Cingapura, disse que rescindiu recentemente algumas vagas da Shopee, mas não disse quantas. “Devido a ajustes nos planos de contratação de algumas equipes de tecnologia, várias funções na Shopee não estão mais disponíveis. Estamos trabalhando em estreita colaboração para apoiar os impactados”, disse um porta-voz da empresa.
No início deste ano, algumas reportagens de veículos de imprensa disseram que a Shopee havia reduzido o número de funcionários no Sudeste Asiático, México e América Latina. A empresa não comentou sobre essas matérias.
Mercado incerto
Em março, a Sea disse que continuaria investindo na Shopee, que concorre com a Lazada, do Alibaba, no Sudeste Asiático. Além disso, reforçou que o crescimento da unidade permanecia como prioridade.
No entanto, no mês passado, a Sea retirou a projeção anual que tinha para o segmento de comércio eletrônico. O fundador e presidente-executivo da Sea, Forrest Li, disse que o ambiente de mercado estava cada vez mais incerto e enfatizou a necessidade de priorizar a lucratividade e a eficiência.
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A Sea teve prejuízo líquido de US$ 931 milhões no segundo trimestre, mais que o dobro do prejuízo registrado no mesmo período do ano anterior. “O tom deles nunca foi tão pessimista”, disse Ke Yan, analista-chefe da DZT Research, com sede em Cingapura. Acrescentou, ainda, que a estratégia da Sea de usar o fluxo de caixa da Garena, segmento de games do grupo, para compensar a queima de caixa da Shopee era insustentável. “O tratamento da Sea com as demissões foi ‘feio e embaraçoso’ e provavelmente prejudicará sua reputação”, disse.
Ministério de Trabalho de Cingapura na cola da Shopee
A companhia viu seu valor de mercado subir para mais de US$ 200 bilhões em outubro passado, após a Garena aumentar em popularidade durante a pandemia. Entretanto, as ações caíram desde então e agora a empresa vale US$ 27 bilhões.
O Ministério do Trabalho de Cingapura disse que as autoridades relevantes estavam cientes das reclamações em relação à Shopee e que estava em contato com a empresa para mais informações. A pasta também disse que em tais situações as partes deveriam encontrar uma solução amigável.
Além da demissão, os entrevistados disseram que, como compensação, a Shopee ofereceu um mês de salário e, nos casos em que as pessoas vieram do exterior, reembolsará o custo das passagens aéreas e acomodação temporária.
Embora uma potencial ação legal tenha sido discutida no WeChat, as pessoas impactadas estão mais preocupadas em encontrar um novo trabalho. “O custo de uma ação legal é muito alto. Eu só quero seguir em frente e encontrar um novo emprego”, disse uma das quatro pessoas entrevistadas pela Reuters, que pediram anonimato.
Fonte: Istoé Dinheiro
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