O governo francês iniciou, nesta semana, um processo para suspender as operações da Shein no país. A medida aconteceu após a descoberta de bonecas sexuais com aparência infantil e armas sendo comercializadas por meio de vendedores terceiros no marketplace chinês. Não é a primeira vez que a varejista chinesa tem problemas na Europa ou na própria França.

A investigação é conduzida pela autoridade de defesa do consumidor da França e ocorre dias antes da inauguração da primeira loja física da marca em Paris. Segundo o Ministério das Finanças, a decisão segue orientação do primeiro-ministro e valerá “pelo tempo necessário para que a plataforma comprove conformidade com as leis e regulamentos franceses”.
A primeiro denúncia trouxe a presença de itens proibidos no site, como socos-ingleses e machados. O Ministério das Finanças alertou que, caso itens ilegais continuem disponíveis, poderá determinar a suspensão completa do site da Shein no país, não apenas de seu marketplace.
Anne Le Henanff, ministra da Economia Digital, solicitou ainda que a Comissão Europeia investigue as práticas da empresa. O órgão confirmou ter feito contato com a Shein, mas sem abertura formal de processo até o momento.
O governo francês deve apresentar uma análise preliminar das apurações em até 48 horas. A Shein também foi convocada para prestar esclarecimentos ao parlamento em 18 de novembro.
Outro lado
Em resposta, a Shein informou ter removido os produtos, sancionado os vendedores e implementado uma proibição global para a venda de bonecas sexuais. A empresa também anunciou a suspensão temporária do marketplace na França “para revisar e fortalecer” as regras aplicadas a vendedores terceirizados.
A medida repercute em meio à parceria da empresa com a Société des Grands Magasins (SGM) para abrir pontos físicos na rede de lojas BHV e em outras cinco cidades francesas. Em 2021, o país adotou medida semelhante ao suspender o marketplace da americana Wish, retomando suas operações apenas um ano e meio depois, após ajustes de conformidade.