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Rodrigo Nasser explica o que podemos esperar para o e-commerce em 2022

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado de e-commerce desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

Rodrigo Nasser, Conselheiro E-Commerce Brasil e Sócio da Itu Partners e da Aster Capital, abriu as palestras do Congresso E-Commerce Brasil Santa Catarina 2021, que aconteceu na tarde desta terça-feira, 09.

Ele separou sua palestra em 4 pontos de atenção:

  • Social commerce
  • Cross border
  • Open Finance, Carteiras digitais e bancos digitais
  • Atenção à legislação

O crescimento do e-commerce nos últimos anos , segundo o webshoppers, mostra quais serão os comportamentos de consumo esperados para 2022.

“Há um crescimento expressivo do e-commerce desde 2019, com um drive importante, que é a mobilidade: compras e buscas pelo celular passaram de 50% do total de compras em 2019”, explicou Nasser.

Além disso, o e-commerce conta com a adição de 13 milhões de novos consumidores em 2020. Em um cenário em que muitas pessoas ainda eram desbancarizadas, mesmo fazendo parte da população economicamente ativa no Brasil, possibilitou que as vendas digitais alcançassem um público significativo para a consolidação do e-commerce.

Marcelo Vieira, Vivianne Vilela e Paula França apresentando a palestra do Rodrigo Nasser durante a Conferência Santa Catarina.

Outro ponto, segundo Nasser, foi o Auxílio Emergencial, que possibilitou à população acesso às carteiras digitais e, consequentemente, ao e-commerce.

De acordo com o executivo, o comércio eletrônico está chegando próximo do ponto de limite de novos entrantes após o crescimento dos últimos anos.

Social commerce

Nasser levantou também uma pesquisa da Opinion Box. Ela mostra que 26% das pessoas que compram online usam o Instagram para fazer compras, não só para pesquisar produtos e marcas.

Junta-se a isso a relevância e popularidade do live commerce e a importância dos influenciadores digitais para impulsionar as vendas. “Os influenciadores digitais, principalmente os regionalizados, têm um impacto muito relevante nos dias de hoje”, explicou Nasser.

Ele falou ainda sobre como funcionam os influenciadores: de acordo com a região um ou outro influenciador terá mais relevância para determinados públicos, bem como segmentos específicos de mercado.

Crossborder e plataformas asiáticas

Segundo os dados levantados por Nasser, o volume de buscas por marketplaces novos já se equipara aos tradicionais. Exemplo disso é o Shopee e o AliExpress, cada vez mais buscados pelos consumidores brasileiros.

O Shopee, inclusive, mesmo sendo relativamente recente para os consumidores latino americanos, já está entre os marketplaces mais buscados por aqui atualmente. Mais de 70% dos consumidores já compraram em plataformas asiáticas.

Entre os principais atrativos que levam os consumidores a buscarem uma plataforma estrangeira, sobretudo as asiáticas, está nas vantagens de preço e ticket médio baixo. Além disso, há também a questão do sortimento diferenciado, ou seja, de produtos que não são encontrados facilmente no Brasil.

Por outro lado, os marketplaces brasileiros têm um histórico de entregas rápidas, o que os coloca acima dos de fora para muitas das categorias de compras no Brasil.

Muitos consumidores ainda têm receio de receber réplicas e produtos falsificados pelos sites asiáticos ao fazer compras, o que barra, até certo ponto, o avanço do cross border.

Na Europa, no entanto, as plataformas asiáticas já conseguiram transpor as dificuldades de entrega e ao que tudo indica também vão suprir tal dificuldade no Brasil.

Open Finance

O aumento de usuários nas fintechs e bancos digitais mostra que a antiga preferência por clientes mais novos já não é mais uma realidade, pois muitas pessoas desbancarizadas aderiram às facilidades do digital.

25% das contas novas já são digitais. Além disso, as contas têm como objetivo iniciar os pagamentos e possibilitar crédito para os novos usuários.

Nasser prevê que em poucos anos veremos iniciativas do open banking específicas para o e-commerce, aliando o processo de conversão com a experiência através dos dados.

Cada vez mais empresas vêm ofertando possibilidades de pagamento e crédito “as a service” para os consumidores.

Legislação

É necessária atenção com as novas legislações, principalmente por causa dos novos campos obrigatórios das notas fiscais, que já passarão a valer em abril de 2022.

Para janeiro de 2022 os lojistas também devem se preocupar com a aprovação do regulamento do processo de fiscalização da LGPD.

“A LGPD não é somente um pop up do site para ver o usuário aceita os cookies, vai para além disso”, expõe o executivo.

“Acredito que esse monitoramento vai começar a ocorrer antes nas empresas maiores, mas vai gerar também impacto para as menores ao longo do tempo”, ele conclui.

A Conferência E-Commerce Brasil Santa Catarina 2021 acontece nos dias 09 e 10 de novembro. Acompanhe o evento conosco online ou a cobertura pelo portal.

Por Júlia Rondinelli, da redação do E-Commerce Brasil. 

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