O Reino Unido apresentou um plano, nesta quarta-feira (30), para impedir que a P&O Ferries se beneficie de sua decisão de demitir trabalhadores e substituí-los por funcionários de agências mais baratos, dizendo que os portos devem recusar o acesso a serviços de balsa que não pagam o salário mínimo.
O ministro dos Transportes, Grant Shapps, disse que a Grã-Bretanha introduzirá novas leis, fortalecerá os direitos trabalhistas e fechará as brechas legais como parte de um pacote de medidas para evitar a repetição da decisão da P&O de demitir 800 funcionários sem aviso prévio e contratar alternativas baratas.
Shapps disse que se os portos recusassem o acesso à P&O Ferries a menos que pagassem o salário mínimo aos funcionários, isso significaria que a “tentativa cínica” de lucrar com trabalhadores temporários mais baratos que não são cobertos pela legislação do salário mínimo do Reino Unido falharia.
“Quero ver os portos britânicos recusando o acesso a empresas de balsas que não pagam um salário justo, assim que possível. Crucialmente, isso significa que a P&O Ferries não pode se beneficiar da ação que eles tomaram vergonhosamente”, disse Shapps ao parlamento.
Além disso, o executivo disse que o pedido era uma medida provisória, enquanto o governo consultava as mudanças legislativas para torná-lo uma exigência legal.
A decisão da P&O de demitir centenas de trabalhadores e substituí-los por funcionários da agência provocou uma indignação generalizada entre ministros, legisladores da oposição e sindicatos.
Shapps também anunciou várias outras medidas em resposta à decisão da P&O, incluindo sua intenção de buscar “corredores de salário mínimo” internacionais com aliados para ajudar a garantir que os trabalhadores não sejam pagos abaixo da taxa britânica.
A P&O Ferries rejeitou na terça-feira o pedido do governo para recontratar os trabalhadores demitidos há duas semanas, dizendo que isso faria com que a empresa entrasse em colapso.
“Minha mensagem para a P&O Ferries é esta: o jogo acabou. Recontrate aqueles que querem retornar e pague aos seus trabalhadores, todos os seus trabalhadores, um salário decente”, exclamou.
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Fonte: Reuters