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Quase metade dos brasileiros ainda teme o uso das carteiras digitais

Por: Eduardo Mustafa

Graduado em 'Comunicação Social - Jornalismo' com experiência em negócios, comunicação, marketing e comércio eletrônico e pós-graduado em 'Jornalismo Esportivo e Gestão de Negócios'. Foi editor do portal E-Commerce Brasil, do Grupo iMasters (2015 /2016), e atualmente é executivo sênior de contas na Gume

Um estudo, contratado pela PayPal no Brasil, à Euromonitor International sobre internet móvel e o mercado de pagamentos eletrônicos, aponta que, até 2020, cerca de 4,5 bilhões de pessoas no mundo inteiro serão assinantes de internet móvel. E o Brasil tem e terá um papel importante nesse crescimento: o país deverá contar com mais de 250 milhões de usuários de dispositivos móveis com acesso à web até o final da década.

De acordo com o estudo, entre 2010 e 2015, mais de 42 milhões de brasileiros passaram a usar a internet (número maior do que a população inteira da Argentina). Hoje, cerca de 116 milhões de pessoas no País estão conectadas. Apesar disso, segundo o estudo da Euromonitor – chamada “Digital Purchase and Internet Retailing Trends” -, ainda há um grande mercado a ser conquistado no Brasil. Diferentemente dos EUA, por exemplo, onde quase 90% da população já têm acesso à internet, aqui o índice é de 60%. Na América Latina? 48%.

Ainda de acordo com o estudo, o mercado de smartphones no Brasil deve crescer cerca de 2% ao ano até 2020, batendo as 70 milhões de unidades. Em 2015, o País registrou a venda de 310 aparelhos para cada 1.000 habitantes, maior índice da América Latina. Outro dado interessante é que os tablets devem se tornar uma alternativa, finalmente e de fato, aos notebooks. O estudo aponta que a venda de notebooks sofrerá queda de 3%, a de tablets terá acréscimo de 4%, e a de smartphones, crescimento de 2%. Já os “velhos” telefones celulares… bom, estes verão suas vendas despencarem 49% no mesmo período.

O futuro é mobile
Atualmente, 59% das pessoas que têm algum tipo de plano de telefonia móvel no País também têm internet móvel. Em 2020, segundo o estudo, esse índice subirá para 66%. O crescimento vem sendo bastante forte desde 2009, quando somente 5,1% dos assinantes de telefonia móvel tinham internet móvel. Também segundo a Euromonitor, hoje 100% da população brasileira está coberta por redes celulares; e 94% contam com alguma cobertura de rede 3G. Aliás, o Brasil é o segundo colocado na América Latina em termos de penetração da tecnologia de internet móvel. A Costa Rica é a líder desse ranking na região.

O segmento que mais ganhará com o aumento da conectividade móvel será o de alimentação: hoje, ele representa 11% de tudo o que é comprado online no País; em 2020, representará 14%. A compra de ingressos online duplicará de volume (0,1% para 0,2%). O setor de transportes (no qual estão listados cias aéreas, serviços de taxi, passagens de ônibus etc.) passará de 13% para 14%; e o de alojamento (locação de quartos e apartamentos, reservas de hotéis etc.) representará 6% do total das compras via e-commerce – hoje, responde por 7%.

O estudo avaliou também que, até 2020, 10% de tudo o que é vendido online no Brasil será comprado via equipamentos móveis – hoje, esse índice está em 7%; em 2011, eram apenas 2%. Um dos principais motivos para esse crescimento diz respeito ao fato de que os consumidores vêm se sentindo cada vez mais seguros ao comprar via smartphone ou tablet. Aumento motivado, principalmente, segundo o estudo, pelas carteiras digitais (digital wallets).

De acordo com pesquisa Ipsos/PayPal realizada no final do ano passado, 13% do total gasto online no mundo inteiro se deu via smartphone em 2015. Com relação a pagamentos transacionados pelo PayPal globalmente, no ano passado, do total de 4,9 bilhões de transações, 1,4 bilhão (28%) foram realizadas por meio de dispositivos móveis.

Segurança continua sendo o foco
Segundo a Euromonitor, cerca de 47% dos brasileiros entrevistados ainda preferem não compartilhar suas informações financeiras em ambientes virtuais (a média mundial é de 44%). Trata-se de um índice que tende a cair, porque muitas empresas vêm investindo maciçamente para aumentar a segurança dos internautas.

Uma das estratégias é oferecer aos seus clientes a opção de pagar por meio de carteiras digitais, em que os dados do usuário não são armazenados no aparelho – eles trafegam criptografados durante todo o fluxo da transação. Isso dá muito mais segurança ao sistema. No PayPal, além de criptografar as informações pessoais e financeiras, as transações são monitoradas 24 horas por dia, sete dias por semana, no intuito de prevenir fraudes e roubo de informações.

Apesar da preocupação remanescente com segurança, o estudo aponta que o comércio eletrônico brasileiro crescerá dos atuais US$ 19,5 bilhões para US$ 28 bilhões em 2020. Pode-se afirmar, portanto, que os consumidores e varejistas brasileiros compõem um mercado bastante maduro para absorver novas tecnologias para pagamentos eletrônicos. Isso se deve à mudança de comportamento dos consumidores, que estão cada vez mais bem informados e exigentes, à procura de uma experiência de venda completa, que proporcione segurança, rapidez e facilidade. Alinhado a esse movimento está o investimento crescente dos sites em tecnologia e inovação para atender às demandas dos seus clientes.

Este ano, o estudo “Perfil do E-commerce Brasileiro”, encomendado pelo PayPal à BigData Corp., mostrou uma verdadeira virada na tabela: em 2015, apenas 20,68% dos sites usavam tecnologia SSL (Secure Socket Layer) para proporcionar uma navegação segura aos clientes; agora, são 73,85%. E esses varejistas, ao contarem com parceiros de meios de pagamento, como o PayPal, ainda agregam outros benefícios importantes ao seu negócio, como políticas de proteção ao comprador, programa de frete grátis na devolução e a presença global, que incentiva – em tempos de desvalorização do real – a venda entre fronteiras, por exemplo.