O desconto médio da Black Friday deste ano deve superar o de 2013, que foi de 25% em produtos de categorias pesquisadas pela Sieve Price Intelligence, empresa que atua na área de monitoramento de preços do e-commerce para varejistas e fabricantes.
“Além de haver um cenário econômico mais adverso, em que o consumidor está mais cauteloso no gasto, há um amadurecimento dos lojistas de forma geral no Black Friday”, diz Jefferson Costa, gerente da Sieve Price.
Para calcular o desconto médio de 25%, foram medidos os preços de produtos das categorias durante os três meses prévios à edição do Black Friday. Apuradas as médias, elas foram comparadas aos valores de venda no dia da promoção.
De acordo com a pesquisa, os produtos de papelaria foram os que tiveram maiores descontos médios, de 31%, seguidos por brinquedos (30%) e moda e acessórios e casa e decoração (27%).
A maioria dessas categorias, entretanto, não está entre as mais procuradas pelos consumidores na data. De acordo com a medição da consultoria E-bit, no ano passado a categoria mais vendida foi telefonia/celulares, seguida por eletrodomésticos, moda e acessórios, informática e eletrônicos.
Isso acontece porque, nesses produtos, que costumam custar mais caro, um índice de desconto menor pode representar uma queda maior de preço em valores totais.
Produtos que tiveram maiores descontos médios em 2013:
Papelaria 31%
Brinquedos 30%
Moda e acessórios 27%
Casa e decoração 27%
CD, DVD e Blue Ray 24%
Beleza e saúde 23%
Instrumentos musicais 22%
Games 22%
Automotivo 22%
Livros 22%
Em 2013, a Black Friday movimentou R$ 770 milhões -foram 1,950 milhão de pedidos foram feitos via internet. O tíquete médio de cada compra ficou em R$ 396. Para 2014, a previsão é que a data gere receitas de R$ 1,2 bilhão.
Só são considerados para o cálculo da Sieve Price os produtos que são marcados como participantes da Black Friday pela Busca Descontos, cujo dono, Pedro Eugênio, é idealizador do evento. Os itens que variam de preço mas não são marcados como participantes da data não são considerados.
A empresa também calculou os descontos máximos oferecidos na edição de 2013. Os mais expressivos foram em moda e acessórios (80%), eletrodomésticos (76%) e casa e decoração (75%). Segundo a empresa, o desconto máximo é registrado a partir de um único produto que foi vendido nesse patamar.
Uma das mudanças que deve ocorrer nas ofertas deste ano, segundo Costa, é que os lojistas devem dar destaque ao site que oferece os descontos e não somente aos produtos em si.
Nos primeiros anos do evento, que começou a acontecer no Brasil em 2010, eram comuns aparecerem descontos de “metade do dobro”, com lojas elevando preços para depois baixá-los.
No ano passado, a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico criou um código de ética para coibir a prática. Segundo Pedro Eugênio, idealizador do evento, isso fez com que as reclamações caíssem 70%. Para essa edição, as lojas que aderirem às normas vão receber um selo que atesta o desconto.
Fonte: Folha