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Pesquisa mostra que 8,3% do comércio de Santa Catarina atua no e-commerce

Por: Alice Wakai

Jornalista, atuou como repórter no interior de São Paulo, redatora na Wirecard, editora do Portal E-Commerce Brasil e copywriter na HostGator. Atualmente é Analista de Marketing Sênior na B2W Marketplace.

Acostumada a uma histórica diversificação econômicaSanta Catarina tem no e-commerce um novo desafio para subir mais um degrau no desenvolvimento estadual. Pesquisa representativa  da Federação do Comércio do Estado (Fecomércio-SC) mostra que apenas 52,3% das empresas catarinenses tem presença virtual e somente 8,3% tem efetivamente vendas online. O levantamento faz parte do Caderno do Comércio de SC 2016, que será lançado nesta segunda-feira pela entidade como uma espécie de guia para o empresariado do setor. Foram ouvidos 419 empresários em Florianópolis, Joinville, Blumenau, Chapecó, Criciúma e Lages.

Entre os empresários que não estão inseridos no mundo online, 78,2% afirmaram que não têm interesse em investir no segmento, alegando dificuldades logísticas que envolvem essa forma de negócio e as incertezas quanto à legislação. Na avaliação do economista da Fecomércio Luciano Córdova, as respostas reforçam o desconhecimento sobre o assunto de boa parte do empresariado e revelam uma grande oportunidade. E quando se olha a concorrência, crescer se mostra ainda mais necessário: um levantamento nacional de 2014, do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), apontou que 62% das empresas contam com um website com comercialização de produtos.

— O e-commerce ainda não atingiu o potencial máximo em SC. Muitas empresas não têm conhecimento e acreditam que não seja um bom investimento, mas a gente sabe que é uma tendência irreversível. O que ocorre bastante é que o empresário, às vezes, vê o e-commerce como concorrência da loja física, mas ele é um complemento — diz Córdova.

Na análise do economista, o que também contribui com os números mais tímidos é uma nova burocracia instituída pelo governo em todo o Brasil, que definiu que a arrecadação do ICMS do comércio eletrônico deve ir parte para o Estado de origem da mercadoria e parte para o destino da entrega, sendo o ônus desse processo ficou todo com o empresário.

— O ideal seria que a União criasse um fundo e depois redistribuísse o ICMS de acordo com a venda de cada Estado — diz.

O que pode e deve ajudar na evolução desse cenário nos próximos anos é também a consolidação ano a ano de SC como polo tecnológico. Em um panorama em que criatividade e publicidade são fundamentais, a inovação ganha espaço.

— É um segmento que deve crescer muito. O modelo de comércio de rua, shopping, está esgotado por ter custo alto e fixo, e acho que o preconceito com vendas pela internet tem melhorado bastante. Nosso Estado, por ser referência como polo de tecnologia, deve ter bastante soluções para essa área — considera o presidente da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate), Guilherme Stark Bernard.

Pesquisa avaliou comportamento do consumidor

A Fecomércio-SC também ouviu 419 consumidores de todas as faixas etárias nas mesmas seis cidades em que foram entrevistados empresários. A pesquisa mostrou que 76,4% das pessoas questionadas usam a internet e confirmou que há espaço para avançar sobre esse público: 55,3% nunca compraram pela web, motivados pela falta de segurança em realizar transações financeiras online e pela impossibilidade de experimentar o produto adquirido.

Entre os 44,7% que compram na internet, a principal razão está relacionada aos valores mais baixos dos produtos vendidos pelos sites, já que os descontos representam 54,5% das motivações para se comprar pela internet, conforme o levantamento. A praticidade e comodidade que a compra online oferecem formam a segunda justificativa na lista, com 32,9% das opiniões.

A Fecomércio avalia que muitos empresários têm buscado estratégias para manter os clientes frequentando as lojas físicas, evidenciando os benefícios do atendimento pessoal e a possibilidade de ter os produtos nas mãos. Porém, na falta de uma experiência de compra marcante e que valorize o cliente, o consumidor acaba focando na economia de preço, especialmente em momentos de insegurança como a atual crise econômica brasileira.

Outro destaque da pesquisa foi o critério para a escolha do produto na hora da compra online: 42,7% dos entrevistados apontaram a marca como principal regra, ou seja, o fato de a empresa ser conhecida no mercado, reforçando a ligação de confiança do cliente com a empresa, mesmo que de forma virtual.

Fonte: Nextcommerce