A quantidade de “curtidas” em um conteúdo na internet é um fator com maior poder sobre a influência na opinião do internauta do que a qualidade do conteúdo em si. Esta é uma das conclusões de um estudo feito por pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, conforme noticiou o jornal “The New York Times”.
A pesquisa também mostra que os cliques em botões de aprovação, como “curtir”, do Facebook , ou “gostei”, do YouTube, podem até aumentar diante de uma opinião negativa, ou um “não gostei”.
Chamada “Influência Social Diagonal: Uma Experiência Randomizada”, a pesquisa avaliou o comportamento de milhares de pessoas lendo comentários on-line. Segundo os pesquisadores, basta um empurrãozinho positivo para desencadear uma onda de aprovação na rede.
Sinan K. Aral, professor de tecnologia da informação do MIT – que também atua na área de pesquisas do jornal “The New York Times” – em conjunto com pesquisadores da Universidade Hebraica, de Jerusalém, e da Universidade de Nova York, avaliou um site verdadeiro, no qual internautas recomendam artigos e criam um ranking de conteúdos.
No site, cujo nome não foi revelado, os leitores podem comentar e votar nos comentários de outros internautas, que são ranqueados de acordo com o volume de votos – positivos ou negativos.
No experimento, os pesquisadores passaram a incluir votos falsos nos primeiros comentários, sendo a maioria (4.049) de votos positivos contra 1.942 negativos. A primeira pessoa a ler um comentário com voto ‘falso’ positivo tinha 32% mais chances de ‘curtir’ o comentário também.
“Nossa sociedade está contando, cada vez mais, com as opiniões digitalizadas de outras pessoas para tomar decisões. Nós, portanto, concebemos e analisamos um experimento randomizado em larga escala em um site de notícias com agregador social para investigar se o conhecimento de tais agregadores distorce a tomada de decisões”, diz o sumário do estudo publicado no site da revista Nature.
A conclusão põe em cheque a credibilidade de serviços baseados em opiniões de usuários como o Yelp, de recomendação de restaurantes, e a Amazon. Por outro lado, os resultados dão dicas que como campanhas de marketing podem gerar impressões positivas sobre seus produtos.
“Este é certamente um estudo provocativo” disse ao “New York Times” o professor de Economia da Universidade de Stanford, Matthew O. Jackson, que não está envolvido diretamente na pesquisa.
Com informações de WBI Brasil