Os varejistas brasileiros que desejaram sinais prévios de alento para o mal-estar de 2015 acabaram ficando desapontados, já que o varejo continuou a cair em janeiro, de acordo com o SpendingPulse, relatório mensal da MasterCard sobre o varejo.
As vendas totais (excluídas as vendas de automóveis e de materiais de construção) teve queda de 10,2% comparada com o mesmo período de 2015. A queda média dos últimos três meses foi de 10,1%, abaixo do quarto trimestre do ano passado, que foi de 8,9%. Por outro lado a confiança do consumidor registrou aumento de 2% em relação a dezembro.
Cinco dos sete setores cresceram acima do indicador de vendas totais dentre os quais: artigos farmacêuticos; material de construção; supermercados, vestuários e artigos de uso pessoal e doméstico. Dois setores, móveis/eletrodomésticos e combustíveis, tiveram desempenho abaixo.
O e-commerce, que ao longo dos últimos meses registrava crescimento, em janeiro caiu 1,1% comparado com o mesmo período de 2015. Pela primeira vez, em toda a série histórica do SpendingPulse, as vendas online atingiram patamar negativo abaixo da média dos últimos três meses, que foi de 6,7%. Os setores de artigos farmacêuticos e de móveis tiveram desempenho superior à média do canal de distribuição, enquanto os setores de eletrônicos, hobby & livraria e vestuários ficaram abaixo do crescimento do canal.
“A perspectiva para os próximos meses não é favorável para o comércio varejista brasileiro impulsionado pelo aumento da taxa de desemprego, inadimplência e pressões inflacionarias que reduz o poder de compra dos consumidores em vários setores econômico” , analisa Kamalesh Rao, diretor de pesquisa econômica na MasterCard Advisors.
Regiões brasileiras: em janeiro não houve alterações significativas na sazonalidade. As regiões Norte (–9,9%) e Sudeste (–9,9%) tiveram desempenho acima da média, enquanto Nordeste (–10,7%), Sul (–12,1%) e Centro‑Oeste (–11,4%) ficaram abaixo do registrado pelo varejo, na comparação com o mesmo período do ano anterior.