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Grocery & Drinks: Nielsen traz panorama sobre o e-commerce de alimentos em 2023 e as previsões de consumo

Por: Amanda Lucio

Jornalista e Repórter do E-Commerce Brasil

A Sr. Account Manager da NielsenIQ, Andrea Stoll, foi a primeira palestrante do auditório E-commerce Brasil do Congresso Grocery & Drinks 2024 e começou a conferência falando sobre o avanço econômico em 2023. Ao expor dados, a palestrante comentou como o ano passado encerrou com o PIB chegando a quase 3% e teve seu último trimestre estável, com a taxa de desemprego encerrando o ano em 7,8% e inflação encerrando abaixo do teto, com 4,62%. Diante disso, o mercado espera o crescimento de +1,7% em 2024.

(Imagem: E-commerce Brasil/Ruan Carlos)

Ela também mencionou que ainda existem fatores difíceis, como a renda média, que permanece abaixo de R$ 3 mil, e mesmo aumentando 4,6% em relação a 2022, ainda não houve um aumento do poder de compra além da reposição inflacionária. Além disso, a taxa Selic segue alta, atingindo 11,25% em um cenário de inadimplência, o que eleva o custo do crédito pelos consumidores.

Mesmo assim, os brasileiros veem melhora nas suas finanças pessoais e também seguem otimistas do que a média global – o que também acontece na América Latina.

Dinâmica do e-commerce

Stoll comentou que ele é mais um canal, o segundo maior em valor comparado aos demais e segue em tendência de crescimento. Houve um “boom” do e-commerce na pandemia e no aumento das vendas de produtos de giro rápido. Ainda há uma tendência de crescimento, mais tímida, não igual à pandemia, mas é um ponto que mantém os patamares que foram atingidos.

Sobre a penetração nos lares, a palestrante questionou: quantos estão comprando em determinado canal? Andrea trouxe dados comparativos entre 2021 e 2023. Na comparação entre canais, o atacarejo tem crescido muito e segue ganhando penetração, mas o e-commerce está em outro nível de amadurecimento e consegue manter o que ganhou durante o isolamento social. O faturamento de R$ 285,5 bilhões em 2021 caiu para R$ 254,4 bi em 2023, mas está seguindo numa constante, apontou a executiva.

A quantidade de shoppers ativos no canal do e-commerce impulsionou o cenário, o setor de alimentos e bebidas subiu +24,2% de 2021 para 2022, o que trouxe ainda mais shoppers ativos no canal, assim como a intenção de compras englobando outros produtos também foi um fator de movimento, então os sellers que vendiam apenas produtos de alto valor, passaram a oferecer também itens de abastecimento e reposição – gerando uma oportunidade para o canal variar seu número de cestas.

Os “Top of Mind”

Entre os principais players procurados pelos consumidores estão: Ifood, Amazon, Carrefour, Mercado Livre e Pão de Açúcar. Nesse sentido, Stoll apontou que o e-commerce aparece como destaque. A Amazon é um dos pure players que apresentaram crescimento e ganharam espaço frente aos demais tipos de operação do e-commerce.

Eles apresentam um comportamento diferente em relação ao total e-commerce. Como exemplo, o sortimento de produto, em que os eletrodomésticos, lideram no total e-commerce, enquanto a perfumaria e cosméticos lideram no pure players, como na Amazon. No entanto, a categoria de alimentos e bebidas é a quarta mais procurada, indicando uma dinâmica para prestar mais atenção.

O bom desempenho da categoria de alimentos

A categoria contribuiu com 65,3% na importância de crescimento da cesta de fast moving consumer goods (FMCG), ou bens de consumo rápido, em português. Deles, os produtos da cesta básica são os que mais se destacaram, com o azeite puxando a alta devido ao seu alto custo. Inclusive, sendo mais procurado no online do que no offline. Stoll também enfatizou que hoje em dia, as compras podem ser mais planejadas do que eram no passado. Existem menos pedidos, mas os que são feitos estão cada vez mais elaborados e com ticket médio mais alto.

Já a categoria de bebidas apresenta um comportamento inverso. O canal tem sido mais acionado, mas houve uma queda no ticket médio. Existe um crescimento da demanda de cerveja, em relação a whisky e vinho, pois o ticket é mais baixo, o que faz com que o valor da cesta fique menor, porém, são produtos que saem mais rápido.

Como indicativo de tendências, a palestrante trouxe como exemplo o comportamento do consumidor durante a Black Friday de 2023, já que ocasião, os clientes usaram mais os canais online para comprar produtos de giro rápido. Novamente, as subcategorias de consumo básico foram as que mais se destacam durante a semana da Black Friday ano do passado nas cestas de alimentos e bebidas, demonstrando que existe um movimento do consumidor de fazer compras e adquirir itens de giro rápido nos canais digitais.