A primeira edição do Mapa de Fraudes em Compras Digitais no Brasil, elaborado pela Silverguard em parceria com a CloudWalk, feita a partir da análise de mais de 11 mil denúncias registradas na plataforma gratuita SOS Golpe, mostrou que, entre os golpes registrados, a maioria (45,1%), foram classificados como “golpes de compra”, nos quais os criminosos agem no momento em que a vítima realiza uma aquisição online.

A modalidade mais comum é o golpe da loja ou empresa pouco conhecida, com 15,8% dos casos e perda média de R$ 740 por vítima. Os golpistas criam perfis falsos em redes sociais com produtos a preços muito abaixo do mercado. Após o pagamento, deixam de responder e excluem as contas.
“Este é hoje o principal golpe que afeta consumidores digitais no Brasil”, afirma Marcia Netto, CEO da Silverguard. “Explora justamente a sensação de vantagem em um ‘grande negócio’, quando o produto sequer será entregue.”
Em segundo lugar está o golpe da loja ou empresa clonada, que representa 8,5% dos casos e gera prejuízo médio de R$ 520. São criadas páginas muito semelhantes às de marcas conhecidas, com pequenas alterações no endereço ou nome do perfil para enganar os consumidores.
Empatado em terceiro lugar, também com 8,5%, o golpe do vendedor de itens usados registra perdas médias de R$ 1.810 por vítima. Nessa modalidade, o criminoso simula a venda de um produto que não possui e desaparece após receber o pagamento.
Entre as unidades federativas, o Distrito Federal tem a maior proporção de vítimas de fraudes em compras digitais no Brasil, considerando o volume de transações financeiras. Em seguida, aparecem Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Já os estados com as maiores perdas financeiras médias por vítima são Rondônia (R$ 2.000), Tocantins (R$ 1.460), Mato Grosso (R$ 1.130) e Sergipe (R$ 1.090).

Fraudes com CNPJ aumentam
O relatório destaca o avanço do uso de “laranjas CNPJ” no ecossistema de crimes digitais. Se antes a maioria dos golpes era operada via contas de pessoas físicas, agora há migração para contas empresariais, que conferem mais credibilidade e conseguem burlar filtros automáticos com maior facilidade. A participação de contas CNPJ nos golpes subiu de 34% em maio de 2024 para 67% em maio de 2025.
A crescente adoção da inteligência artificial generativa também está transformando o cenário das fraudes. Linguagem refinada, sites clonados em segundos, vídeos falsos e deepfakes com celebridades tornam os golpes mais convincentes. Segundo o Global State of Scams Report 2024, 53% dos consumidores que sofreram tentativas de fraude acreditam que os criminosos usaram IA para enganá-los.
“Com a IA, deixamos as análises manuais para focar no aprimoramento contínuo dos sistemas de detecção e bloqueio”, explica Aline Lima, head de Compliance da CloudWalk.
Guia prático de prevenção
A publicação também inclui um guia de prevenção com recomendações para evitar golpes, como atenção redobrada a preços muito baixos, verificação da reputação de lojas e desconfiança diante de pedidos de pagamento via canais informais. O objetivo do Mapa das Fraudes é democratizar o acesso à informação e ajudar consumidores a se protegerem em um ambiente digital cada vez mais sofisticado.
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