As compras de livros no Brasil estão cada vez mais migrando para o ambiente digital. Segundo a segunda edição da pesquisa Panorama do Consumo de Livros, realizada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e Nielsen BookData, 55% dos consumidores já preferem adquirir seus exemplares em lojas online, atraídos por preços mais competitivos e pela conveniência.
Ainda assim, 49% dos entrevistados afirmam que optariam por lojas físicas caso os preços fossem equivalentes, enquanto 44% já escolhem o digital independentemente da diferença de valores. O estudo aponta que 42% dos consumidores compraram entre três e cinco livros no último ano, e 11,5% adquiriram mais de dez títulos.
Mulheres lideram o consumo de livros
O levantamento destaca o protagonismo feminino no setor. Entre os consumidores que compraram mais de dez livros nos últimos 12 meses, 62% são mulheres. Dentre elas, 41% pertencem à classe B, predominante no Nordeste, e 39% à classe C, com maior concentração no Sudeste.
As principais motivações para a compra foram o crescimento pessoal e lazer. O livro foi a segunda categoria cultural mais consumida no Brasil (16%), ficando atrás apenas do cinema (19%). Inclusive, o lançamento do filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, impulsionou o crescimento das vendas da obra homônima de Marcelo Rubens Paiva, unindo os dois universos culturais.
Preferências de formato e gênero
Os livros impressos seguem dominando o mercado: 56% dos consumidores adquiriram apenas esse formato nos últimos 12 meses. Já 14% compraram exclusivamente e-books, enquanto 30% optaram por ambos.
As categorias mais vendidas também variam conforme o canal de compra. No e-commerce, os gêneros mais populares foram não-ficção para adultos (57,7%), ficção adulta (39,3%) e científico, técnico e profissional (15,1%). Enquanto nas lojas físicas, os mesmos segmentos lideraram as vendas, mas com pequenas variações nos percentuais.
Preço ainda é barreira para parte dos consumidores
Apesar do crescimento das vendas online, o preço ainda é um fator de desmotivação para alguns consumidores. Para 35% dos que não compraram livros no último ano, os títulos de aprimoramento pessoal e profissional foram considerados caros. Já os livros de entretenimento e infantis/juvenis não são percebidos como inacessíveis por grande parte do público.
Além do preço, a falta de tempo foi apontada como o principal motivo para a não compra de livros (31,8%), seguida pelo acesso a PDFs e livros digitais gratuitos (32,4%).
Metodologia do estudo
A pesquisa foi realizada entre 14 e 20 de outubro de 2024, com 16 mil entrevistados de todas as regiões do Brasil e diferentes classes sociais. A margem de erro é de 0,8%, com um nível de confiança de 95%. O estudo mapeia os hábitos de compra de livros e o perfil dos consumidores, ajudando a entender as tendências do setor no país.