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Conteúdo de qualidade não depende só da ideia, mas do timing, diz produtor

Por: Alice Wakai

Jornalista, atuou como repórter no interior de São Paulo, redatora na Wirecard, editora do Portal E-Commerce Brasil e copywriter na HostGator. Atualmente é Analista de Marketing Sênior na B2W Marketplace.

A caixa de comentários da vida real. É assim que Chico Barney, tuiteiro com quase 50 mil seguidores, definiu o Twitter em uma mesa que reuniu produtores de conteúdo de diferentes mídias sociais para discutir as peculiaridades de cada uma no youPIX CON, evento que debate a cultura digital, ocorrido nesta quarta (28).

Além de Barney, também participaram da conversa Karol Pinheiro, criadora e apresentadora do canal no YouTube que leva seu nome e tem quase 630 mil inscritos, Guilherme Melles, criador da fanpage Quebrando o Tabu, com mais de 5 milhões de seguidores no Facebook, e Paulo Del Valle, fotógrafo e criador de conteúdo no Instagram, que conta com mais de 330 mil seguidores.

Para qualquer mídia social, segundo Barney, a fórmula é simplesmente “ter um ponto de vista e exercitá-lo”. A dica de Melles é compreender que conteúdo de qualidade não depende só da ideia, mas do timing.

Karol considera importante entender como cada rede funciona antes de entrar. “Pra mim é importante estar em todas, pois minha audiência é jovem e está em todas, mas não vou postar uma foto toda detonada no Instagram, ou um vídeo mal feito no YouTube, por exemplo”, explica.

Del Valle conta que sua renda vem toda do Instagram, mas usa o YouTube para atingir um público que não o conhecia, além de contribuir para a produção de conteúdo de qualidade, com seus tutoriais.

Barney também não fica só em uma mídia social. De acordo com ele, como fala de “amenidades, Big Brother e novela”, o Facebook também é muito bom por conseguir chegar às “tiazinhas” que não estão no Twitter e se interessam pelos assuntos tratados por ele.

Vantagens e desvantagens 

Para Karol, o ponto mais positivo do YouTube é a possibilidade de criação de uma comunidade a partir da assinatura do canal. O negativo seriam as “regrinhas chatas”, como a restrição de uso de músicas.

Del Valle destaca como vantagens do Instagram a facilidade para encontrar pessoas que não se conhece e o fato de ser focada em arte e fotografia. Desvantagem seria a queda na audiência provocada pelo algoritmo que administra a distribuição do conteúdo.

A distribuição também seria a desvantagem do Facebook. Para Barney, uma das vantagens do Twitter é seu imediatismo. Outra vantagem, a conexão direta entre as pessoas, também seria o principal defeito, por possibilitar o assédio de “haters”.

Sobre o assunto, Melles considera que “se não tiver haters, não tá fazendo certo”. Ele conta que, logo que criou a página, chegava a dormir abraçado ao computador, e acordava aliviado quando ela ainda estava no ar. Apesar da preocupação, Melles considera que, como o Facebook é movido a interação, quanto mais comentam, mesmo que sejam xingamentos, mais a página aparece, então o saldo é sempre positivo.

Já Karol Pinheiro conta que, no início, até reclamava por não ter haters, “achava que por isso não teria sucesso”. Com o tempo, passou a perceber que não ser odiada é um ponto positivo, pois ajuda nos negócios com anunciantes, que preferem ver suas marcas atreladas a esse tipo de influenciador.

Fonte: Folha