O Brasil aparece à frente da média global na adoção de inteligência artificial (IA) para gestão de transporte. Segundo o estudo Global TMS Research, da Manhattan Associates em parceria com a Vanson Bourne, 43% das empresas brasileiras com receita anual acima de US$ 750 milhões já utilizam IA e aprendizado de máquina (Machine Learning) em seus sistemas de gerenciamento de transporte (TMS). O índice supera a média mundial de 37%.

A pesquisa ouviu 1.450 executivos de alto nível em setores como manufatura, varejo, atacado, bens de consumo, supermercados e alimentos e bebidas, em regiões da América do Norte, América Latina, Europa e Austrália. No Brasil, foram entrevistados 75 tomadores de decisão.
Agentes de IA
O levantamento mostra que 70% das empresas brasileiras se consideram muito preparadas para a adoção de agentes autônomos até 2030, percentual superior à média global de 62%. Apesar disso, a implementação enfrenta barreiras semelhantes às de outros países.
Entre os principais desafios apontados estão a falta de conhecimento e habilidades internas em IA (55% no Brasil e 49% no mundo), a dificuldade de integração aos sistemas existentes (48% e 45%) e preocupações com a qualidade ou disponibilidade de dados (43% e 42%).
Operação e sustentabilidade
A visibilidade sobre operações logísticas foi apontada como fator essencial para ganhos de eficiência. No Brasil, 63% das empresas afirmaram que melhorias nessa área elevam a satisfação do cliente, com atualizações mais precisas e em tempo real. Já 56% destacaram a redução de custos de transporte como benefício direto.
Outro ponto identificado é a pressão por práticas mais sustentáveis em logística. Entre as organizações brasileiras consultadas, 76% já implementaram relatórios alinhados à Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD), contra 62% da média global. Além disso, 39% afirmaram considerar critérios de sustentabilidade no planejamento operacional, também acima da média mundial de 34%.
Apesar do avanço, a conformidade regulatória e as exigências em constante evolução permanecem como entraves que podem impactar o desempenho das empresas nos próximos anos.