Com pandemia, atacadistas se unem em shopping virtual
O setor atacadista brasileiro, um dos poucos que conseguiram registrar crescimento real de vendas em meio à pandemia, também vai se digitalizar. Em julho deste ano deve começar a funcionar um marketplace para venda de grandes volumes, como acontece em suas lojas físicas. O shopping virtual será destinado a pequenos supermercados, bares, restaurantes e até ao consumidor final, que compra em atacarejos.
"Estamos na fase de escolha da empresa que irá operar o nosso marketplace", afirma Leonardo Miguel Severini, presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), que desenhou o projeto, aberto a 3 mil empresas.
A iniciativa de criar um shopping virtual para vendas no atacado, que comercializa um grande volume de alimentos e produtos de higiene e limpeza, se deve aos números significativos que o comércio online tem registrado desde o início da pandemia. O presidente da Abad ressalta que o comércio online representou 15% do movimento em lojas de alimentos e produtos de perfumaria em 2020.
Além disso, com tantas ondas de Covid-19, os atacadistas acreditam que a tendência de menos compras presenciais é irreversível e enxergam boas perspectivas para esse novo canal. Tanto é que uma pesquisa feita pela empresa de consultoria Nielsen com 660 atacadistas, que respondem por mais da metade do faturamento do setor, constatou que o comércio online lidera as intenções de investimento para este ano.
De acordo com a enquete, 54,2% dos entrevistados pretendem expandir os investimentos no e-commerce. Esse resultado está muito à frente do segundo maior foco de atenção dos atacadistas, que é o investimento em novos formatos de lojas, com 49,2% das respostas.