Pela primeira vez fora da Europa, o Web Summit aconteceu na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil, e claro que eu acompanhei todas as novidades e principais tendências de tecnologia para 2023 nessa conferência que coloca em foco ideias e empresas disruptivas.
Financiamento e IA
Por lá, assuntos como tecnologia e inteligência artificial foram abordados em mais de um painel. Inclusive, você faz ideia de quais são as principais tendências da tecnologia? Durante sua participação, Gabriel Vasquez e André Miceli, da Andreessen Horowitz e MIT Technology Review Brasil, respectivamente, falaram sobre o que esperar para os próximos anos.
O primeiro ponto foi o de que o cenário de financiamento mudou drasticamente nos últimos anos, e cada vez mais os “tradicionais” bancos vêm se tornando menos confiáveis. O debate foi atrás de expectativas que podemos esperar no futuro próximo como isso afeta as pessoas.
Entre as principais tendências, a primeira e mais relevante ficou com a inteligência artificial, que são as ferramentas essenciais para o big data lake mundial. Também falou-se muito sobre criptografia, que, apesar de não ser uma nova tecnologia, é uma nova fronteira para que as empresas desbravem e olhem com mais atenção.
Além disso, o embedded finance, cada vez mais permite que todas as empresas possam se tornar bancos, algo visto cada vez com mais força. Podemos falar que é uma tendência emergente no setor financeiro e que apoia fortemente a questão de serviços financeiros.
Essa abordagem permite que os consumidores tenham acesso a serviços financeiros de forma mais conveniente e integrada em suas experiências cotidianas, além de permitir que as empresas gerem receita adicional e melhorem a fidelidade dos clientes.
IA na publicidade e no marketing
Agora falando um pouquinho mais sobre inteligência artificial, faz ideia de como ela pode transformar o mercado de publicidade e marketing? A CEO e fundadora da Defined.Ai, Daniela Braga, e o CMO da Not.Co, Fernando Machado, conversaram sobre o tema.
Daniela Braga explicou como a IA pode ser usada em diferentes contextos, e que a proporção entre o uso de automação e o toque humano deveria ser aproximadamente 65/35, mas é claro que precisa observar cada caso para saber se há sentido em aumentar ou diminuir o uso. Ela também destacou que a IA pode trazer mais eficiência e velocidade para a criação de conteúdo, mas que ainda precisa ser usada com cuidado para evitar preconceitos, cópias ou mesmo, em alguns casos, para dar mais profundidade e pessoalidade aos materiais.
Já o CMO da Not.Co, Fernando Machado, falou sobre a importância de se ter responsabilidade na utilização da IA e como ela pode ser usada de forma efetiva em diferentes fases do processo de marketing. Ele destacou que ela é uma ferramenta poderosa, mas que ainda é um território novo que precisa ser explorado com cautela.
Discutiu-se sobre as diferentes fases da IA e como as empresas entram na fase do artificial generative AI, na qual os computadores estão interagindo com as pessoas, respondendo e gerando novos conteúdos. E que a próxima fase, a ASI (artificial smart intelligence), será um momento de possível tensão, em que os computadores serão mais inteligentes ainda. Daniela, por exemplo, destacou que ela imaginava que essa fase demoraria dez anos para chegar, ao menos.
Ao final do debate, a dupla comentou o futuro da IA e como ela pode ser usada para resolver problemas de sustentabilidade, saúde e outras questões complexas que ainda não conseguimos resolver. A CEO destacou que ninguém está pronto para lidar com a IA, mas que é importante focar em um problema de cada vez e ser otimista, mesmo que tenhamos medo do que possa acontecer.