O Brasil tem um dos sistemas de internet banking mais seguros do mundo. Os altos níveis de token utilizados pelos bancos nacionais credenciam esse status. Aliás, a segurança do conceito de tokenização já chegou também ao acesso remoto, e-mails, entre outras ações que necessitam de maior segurança.
Mas a grande questão é: por que um mercado que movimentou R$ 18,7 bilhões em 2011, segundo dados do e-bit, como o e-commerce brasileiro não utiliza esses padrões para as transações com cartões de crédito?
Segundo pesquisas da CyberSource, as fraudes no comércio eletrônico nacional chegam a R$ 500 milhões.
Esse modelo de compra online já existe na Europa, por exemplo, na França e Inglaterra, apresentando um alto índice de satisfação. Os principais bancos do país implementaram os tokens nos cartões de crédito e, para efetivar a compra, o consumidor recebe um código via celular.
O método europeu já é seguro , mas o cenário ideal para compras no e-commerce seria a confirmação dos dados da compra (loja, valores e condições fechadas), associadas a identificação de dois fatores paralelos, como aliar o token a uma senha fixa que seria definida pelo usuário.
Esse método viria para suprir e fechar as lacunas de segurança nas transações on-line, uma vez que um dos principais problemas é a primeira autenticação de que o portador dos dados e cartão de crédito é realmente o proprietário do mesmo.
Além disso, esse método também viria para acabar com uma das tentativas de fraudes que mais cresce no e-commerce nacional, as páginas falsas.
Esse tipo de fraude, segundo o Cert.br, teve um crescimento de 62% em 2011, passando de 39% a 49% do total de ataques. Hoje, essas páginas falsas têm o mesmo número de invasões que os vírus instalados em computadores que furtam nossas informações, os chamados cavalos de troia. Esse crescimento só pode ser explicado por dois motivos: a relativa simplicidade de realizar o crime e seu alto retorno, seguramente maior que outras maneiras mais antigas e conhecidas de fraudar.
Então, diante dos dados expostos, além de diversos outros que também viriam para aumentar ainda mais o peso nesta balança, voltamos à pergunta feita no início do texto: Por que não começar logo a utilizar o token para transações online com cartões de crédito?
Visto a alta movimentação de compras online no país, inclusive o alto ticket médio que traz aparelhos eletrônicos, materiais de informática, passagens aéreas, entre outros, qual é o grande entrave para se aplicar esse método?
Porque é necessária a entrada dos bancos nesse processo, uma vez que, com a tokenização dos cartões de crédito e transações, são eles que teriam que dar garantia aos consumidores.
Realmente existe a necessidade de dar mais esse passo na segurança das transações online. Já é hora do Brasil estar em um novo patamar. Agora só ficamos à espera do que realmente pode acontecer: ficaremos suscetíveis às tentativas fraudulentas ou consolidaremos com segurança, tecnologia e confiabilidade um dos maiores potenciais econômicos do país?