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Rodrigo Schmidt da Insight Media responde perguntas sobre mudanças no email

Por: Redação E-Commerce Brasil

Equipe de jornalismo E-Commerce Brasil

Qual o rumo do email marketing? Qual o impacto do email nacional nesse mercado? Algumas teorias colocam em dúvida o prazo de vida do e-mail Marketing.  Será que ele vai acabar?  Segundo dados da consultoria Forrester Research, gastos mundiais com ferramentas de e-mail marketing devem passar de US$ 1,3 bilhão, valor registrado em 2010, para cerca de US$ 2 bilhões em 2014, ou seja, a expectativa de crescimento é considerável.

Com as denúncias de espionagem dos EUA no Brasil que vieram à tona,  o governo solicitou aos Correios a criação de um email nacional. Se o email marketing ainda é questionado pelo seu alcance e eficiência – apesar de ainda continuar aumentado os investimentos -, o que mudará nessa ferramenta com o aumento de preocupação e investimento nesse canal de comunicação?

Para fundamentar o assunto, confira a entrevista com o Rodrigo Schmidt, da Insight Media, especialista em bases segmentadas opt-in para e-mail marketing.

Feira E-Show Dia 20.06Rodrigo Schmidt é sócio fundador e Diretor da Insight Media, empresa com foco em e-mail marketing. Envolvido desde 2002 com marketing e comercialização na Internet, foi Gerente de Marketing e Parcerias no JáCotei e Gestor Comercial no Shop Tour. Graduado na área de Tecnologia Multimídia e certificado PMP é também consultor e palestrante em boas práticas e negócios na Internet.

1 – O e-mail marketing é utilizado por nove em cada dez empresas que realizam campanhas digitais, e possuir uma base extensa e precisa é fundamental para trazer o ROI, principalmente no e-commerce, onde a ferramenta só perde em conversão para Search. Com isso, caso realmente saia do papel o projeto de E-mail Nacional, como esse mercado reagiria? Seria um grande tombo para o e-mail marketing?

De forma nenhuma. Acreditamos que a criação de E-mail Nacional não deve gerar nenhum tipo de impacto no resultado das campanhas de e-mail marketing, visto que o E-mail Nacional é mais um provedor de e-mails, e as pessoas que recebem e compram por campanhas de e-mail marketing continuarão fazendo essas compras independente do provedor que utilizem.

2 – Com a hipotética migração de usuários saindo de Gmail e Hotmail para um servidor dos Correios, quais seriam os desafios para a criação de uma nova base?

Atualmente já temos várias formas de atualização de cadastro, que nos permite ficar sempre com nossas bases bastante atualizadas. Esta será somente uma nova migração, como já acontece constantemente em nosso mercado.

Alguns exemplos de migrações que já tivemos que enfrentar foram a própria criação do Gmail, com uma migração de usuários do Hotmail e outro provedores para o Gmail. A criação do hotmail.com.br também gerou alguma migração de usuários do Hotmail.com. E a última grande migração foi do Hotmail para o Outlook.com que é o novo portal de e-mails da Microsoft, substituindo o próprio Hotmail. E nenhuma destas migrações gerou um impacto significativo em nossa base, visto que nossos usuários querem receber nossas mensagens e, com isso, atualizam seus cadastros conosco.

3 – No caso de personalização e customização de ações, seria possível trazer todo o histórico do cliente que antes utilizava os servidores do Google e da Microsoft para o brasileiro?

Para empresas como a nossa que possui sistemas de gestão de base de dados bastante avançados, esta migração é perfeitamente possível, quando os usuários atualizam seus cadastros.

Em alguns casos os usuários preferem criar novos cadastros em nossos sites, sem fazer a atualização dos cadastros antigos, onde acabamos perdendo o histórico, o que em geral nos causa pouco impacto também, pois este histórico é rapidamente refeito para este “novo” usuário, visto que temos novos usuários entrando em nossa base diariamente, e já estamos preparados para lidar com isso.

4 – E em relação à privacidade desse novo e-mail? Como o mercado espera que sejam as questões de Black list e anti spam do possível e-mail nacional?

Acreditamos que a questão de privacidade será mais rígida apenas do lado dos servidores do E-mail Nacional, pois é nele que o governo deve ser mais rígido para evitar invasões e espionagem.

Em termos de bases de dados, a política de privacidade aplicada é sempre do site onde o usuário cadastrou seu e-mail, e não do provedor. Como o ingresso em nossas bases é ativo, ou seja, feito pelo usuário, não deve haver maior impacto nesse sentido para o e-mail marketing que segue os mesmos padrões e as boas práticas, como nós.

E a questão de Black Lists e Anti-spam, acreditamos que eles devem exigir os padrões mundiais de boas práticas e algumas das Black Lists também já conhecidas, às quais já estamos enquadrados.

5 – Por fim, crie um cenário onde haveria o e-mail nacional e como anunciantes quanto plataformas de e-mail marketing deveriam se adaptar:

Atualmente já temos que nos adaptar a diversas regras e configurações exigidas pelos provedores, para nos identificarmos para eles, e para garantirmos a boa entregabilidade de disparos. Algumas destas regras são: SPF, DKIM, DMARC, entre outras.

Acreditamos que o E-mail Nacional deve exigir estas mesmas configurações, com a possibilidade de exigir algum nível de criptografia das mensagens, o que deverá também ser aplicado como já é feito para as demais regras exigidas.

Não prevemos nenhuma forma do E-mail Nacional exigir alguma configuração ou adequação por parte das plataformas que seja “impossível” de se implementar, uma vez que qualquer usuário que optar por migrar seu e-mail para um novo provedor, vai querer continuar recebendo o conteúdo a que está acostumado a receber. Caso o usuário não consiga receber este conteúdo, ele acaba retornando para o provedor que lhe atende melhor.

Por: Marco Miranda, NB Press