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Pandemia de Covid-19 é teste de qualidade para e-commerce brasileiro

Por: Eduardo Fregonesi

Antes de co-fundar a Synapcom, Eduardo também participou da fundação do Shop2gether, onde foi diretor comercial. Formado em administração pela Universidade de São Paulo, possui especialização em Business Administration pela London School of Economics and Political Science (LSE). À frente da empresa, conquistou prêmios de diferentes entidades do setor: Melhor Operação em E-commerce pelo E-commerce Brasil e Melhor Gestão de E-commerce pelo E-awards.

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Desde meados de março, os brasileiros estão encarando uma situação incomum e inédita: o isolamento social. Sim, a necessidade de ficarem em casa o maior tempo possível para evitar o contágio do novo coronavírus. O fato é que a situação pegou todo mundo desprevenido e fez a população repensar seus hábitos de consumo, apostando em novos métodos de compra. Com a maioria das lojas fechada por tempo indeterminado, o comércio eletrônico se tornou o principal canal — exigindo dos lojistas um maior planejamento, cuidado e eficiência em toda a jornada do consumidor.

E-commerce em alta

Após o baque inicial com o início da quarentena, o e-commerce começou a registrar alta na quantidade de pedidos realizados em diferentes segmentos. Dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) com a Konduto mostraram crescimento de 28,83% no período entre 29 de março e 8 de abril na comparação com a quinzena anterior (15 a 28 de março). Segmentos que ainda buscavam se consolidar no cenário digital, como farmácias e supermercados, aproveitaram para solidificar sua atuação nesse canal. A questão é que esse aumento momentâneo está relacionado à demanda imposta pela quarentena. Para conseguir aproveitar essa popularidade no futuro, é essencial que o lojista virtual melhore continuamente a operação. As vendas digitais atingiram novos públicos nas últimas semanas. Certamente muitos consumidores que tinham receio do canal aproveitaram para realizar seus primeiros pedidos. Assim, quem garantiu a melhor experiência de compra a esses novos clientes sai na frente pela preferência dos usuários quando a situação se normalizar. O contrário também é válido. Uma jornada ruim, com ruídos, falta de transparência e de informações — ou pior, com risco de não entregar o produto adquirido —, pode arranhar a confiança na marca de forma irreversível.

Atrair e fidelizar

O comércio eletrônico nunca esteve tão em evidência quanto agora. Em alguns segmentos, como “moda”, se tornou o único canal disponível para manter as vendas durante a pandemia de coronavírus. Para pequenos empresários é o único caminho para sobreviver. Portanto, o momento de atrair e fidelizar os consumidores é este período de crescimento. Para isso é preciso entregar não só preço, mas condições vantajosas para o cliente entrar, pesquisar, comprar e receber o item que deseja. Dessa forma, é essencial que o empresário redobre a atenção em seu back office, garantindo que as soluções entreguem inteligência e eficiência em todos os processos. Ferramentas de marketing, finanças, gestão, pagamentos e logística devem estar integradas e funcionando corretamente. Não há nada mais frustrante para um consumidor do que ser atraído por algum anúncio com desconto e descobrir que o preço não é o mesmo na página. Ou ainda tentar pagar e não conseguir. Uma alternativa é contar com parceiros full service, ou seja, que podem fornecer soluções e ideias para todas essas etapas essenciais a uma loja virtual. A pandemia do novo coronavírus é uma situação desafiadora e vai impactar os negócios como um todo, evidentemente. Mas também pode ser encarada como um teste de qualidade para o e-commerce. Quem compreender este novo momento, se preparar e oferecer a melhor experiência a todos os consumidores, vai conseguir crescer não só durante o isolamento social, mas principalmente no futuro, quando a doença for embora e esses novos hábitos se consolidarem no dia a dia da população.