*Felipe Del Nero
Gerente de Produtos da Cobre Bem Tecnologia
felipe@cobrebem.com
No cenário atual do comércio eletrônico, é fundamental ficar atento às inovações tecnológicas dos meios de pagamento, e um tema ainda em estágio embrionário, porém muito promissor para os próximos tempos, são os pagamentos móveis.
Particularmente, eu preferia escrever sobre pagamentos móveis daqui a três anos, em 2015, e é simples dizer o porquê: é fácil perceber que, diante de tantos lançamentos de novas soluções de pagamento móvel, algumas simplesmente não vão decolar.
O Brasil passou da marca de 250 milhões de celulares e, destes, 82% são pré-pagos, o que significa que o usuário do celular controla os gastos do mês na ponta do lápis. Pode significar também que, cada vez mais, as pessoas integram-se ao uso do celular e, para muitos, esse é o primeiro contato com equipamentos de tecnologia mais avançada, vide os smartphones. Ocorre que, por vezes, essas pessoas não têm um endereço fixo para receber correspondências, contas de cobrança e as desejadas compras de comércio eletrônico – tema principal do nosso segmento de mercado, e isso restringe as aplicações dos pagamentos móveis.
Apesar disso, nem todos os setores do varejo perceberão o mesmo resultado no uso dos pagamentos móveis. Esse mesmo consumidor, que já adotou o celular e a Internet como principais tecnologias do dia a dia, prefere consumir microcréditos, que também permitem passar pela mesma satisfação de uma experiência de compra, e que estão dentro dos limites permitidos pelo orçamento individual. Na outra face, estão os heavy users, consumidores de alto poder aquisitivo que usam principalmente o cartão de crédito por trás dos meios de pagamento móveis.
Para o comércio adotar a tecnologia de pagamentos móveis, o apelo tem que ser maior. Tem que despertar o interesse do consumidor e levá-lo, mais uma vez, para dentro da sua loja. A mobilidade pode, sim, significar uma grande ferramenta que facilita o uso do próprio meio de pagamento, ou seja, muitas vezes, o cartão, as senhas bancárias, os tokens de autenticação para transferência bancária e outros mecanismos de proteção para o sistema de pagamentos podem ser simplificados com o uso de pagamentos móveis, e isso, sim, é uma grande vantagem para toda a cadeia de serviço, influenciando diretamente nas vendas.
Além disso, outra grande promessa das iniciativas dos pagamentos móveis, sejam aqueles que usam a tecnologia NFC (Near Field Communication), aqueles que adotam o conceito de carteira eletrônica (e-wallet) ou aqueles que decidem integrar leitoras de cartão em dispositivos celulares (Square), é que praticamente todos estão voltados para facilitar a vida do consumidor e do comerciante na experiência de compra. Basta ver as iniciativas feitas pelo Square, pela Intuit, o Google Wallet, o PayPal mobile, a Paggo, dentre outros players que estão investindo esforços para ocupar uma fatia dessa nova rede de carteiras eletrônicas.
Esse novo consumidor que atualmente carrega vários cartões, dinheiro e moedas, agora recebe uma nova ferramenta que proporciona uma nova disputa de espaço pela preferência dos lojistas, das redes móveis celulares e dos bancos.
Vamos acompanhar de perto a evolução do tema.
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