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Como o marketing digital pode ajudar o varejista a lidar com a alta de juros?

Por: Luiz Fernando Ruocco

VP Sênior de Performance da Monks Brasil, construiu uma carreira sólida em marketing e mídia. Com passagens pela Raccoon e pela Rocky, onde atuou como sócio e impulsionou um crescimento de dez pessoas para mais de 350 colaboradores, Fernando acumula vasta experiência em varejo, omnichannel e marketing digital. Agora, lidera a área de performance da Monks, com mais de 1300 colaboradores, após a fusão com a S4 Capital.

Já em um ciclo de altas desde meados de 2020, quando ainda estava estabelecida em 2% ao ano, a taxa Selic foi definida a 13,25% pelo Comitê de Política Monetária (Copom) no último dia 15, e a previsão do mercado é de que ela siga subindo ao longo deste ano. Mas o que isso significa para os setores da economia? E o que o marketing digital tem a ver com essa história?

Na prática, altas na Selic mexem diretamente com a população, que sofre. Afinal, Selic alta representa créditos caros, e inflação alta representa perda do poder de compra dos brasileiros. É só olhar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos últimos anos: de março de 2017 a março de 2022, o Real perdeu 31,32% do valor.

Saiba como a alta na Selic impacta os e-commerces e como o marketing digital pode auxiliar o varejista nesse contexto.

Selic, poder de compra e marketing digital

Tendo em vista esse cenário, para o varejo, esse é um momento especialmente complicado, já que os preços sobem e a população consegue comprar menos. A “segurada” que o consumidor dá nas compras é sentida principalmente nas vendas de bens duráveis, como eletrodomésticos, móveis e eletrônicos, e é em meio a esse panorama que o marketing digital se torna uma ferramenta ainda mais importante para as empresas desses segmentos.

Já não é de hoje que, em uma crise econômica, ocorre uma migração dos players do mercado para agências de performance. Isso ocorre porque, no online, conseguimos controlar melhor os investimentos e seus retornos, ou seja, mensurar os resultados dos investimentos realizados. Não se trata de o online ser melhor ou pior do que o offline, mas de não errar, pois o período não permite.

Tudo isso acontece pois, em quase todas as empresas, o marketing é uma parcela do faturamento total, que varia de 0,5% a 5% na maioria dos casos. Sendo assim, é só pensar: “tínhamos um faturamento planejado e a economia não está ajudando, temos que usar melhor nosso dinheiro”. E para isso usa-se performance.

Performance

Performance nada mais é do que não gastar dinheiro à toa. Parece simples, mas é a lógica que deixa essa ferramenta “secreta” das agências mais fácil de ser explicada. Por exemplo, quando uma marca precisa fazer um anúncio para toda a população a fim de atingir uma persona específica, o trabalho com performance utiliza-se de segmentação, da relação das pessoas com o site, com o produto, com a loja etc., e assim gasta-se menos para acertar uma porcentagem alta da persona escolhida.

Por fim, se a empresa já faz tudo isso, está na hora de começar a olhar para o Retail Media Network (RMN) e a usar os dados dos seus usuários como fonte de renda, estreitando cada vez mais a sua relação com a indústria. E, assim, conseguir rebates e verbas cooperadas em troca de inteligência.

Retail Media Network (RMN)

Para quem não sabe, Retail Media é uma estratégia de marketing na qual as marcas anunciam seus produtos dentro dos sites ou aplicativos dos varejistas, gerando maior número de vendas para si e uma fonte extra para a loja parceira. RMN é a construção de uma rede (network) atuante nesse sentido.

Mas lembre-se: para agir de qualquer maneira – seja com investimento em performance, dando uma chance ao Retail Media ou qualquer outra técnica -, é importante ter planejamento e cautela. Tudo faz parte de um Road Map, ou seja, da organização de processos e das metas da sua empresa. Comece com performance e vá construindo os passos um a um. O trajeto é mais tranquilo quando se começa da maneira correta.

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