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M-Commerce: como as empresas têm se adaptado a essa realidade?

Por: Ricardo Garrido

Responsável pela condução dos negócios do marketplace no Brasil, incluindo: recrutamento de vendedores, melhoria da experiência de seleção, precificação e entrega, e programas de atendimento como Fulfillment by Amazon (FBA).

O m-commerce está mudando completamente a relação entre os consumidores e as lojas virtuais. O custo de desenvolver aplicativos é cada vez menor e as empresas estão percebendo as vantagens de vender por meio de smartphones.

Essa é uma das tendências do comércio digital que também agrega vantagens incríveis para varejistas que vendem em lojas físicas. Tudo isso faz do m-commerce a próxima geração do e-commerce tradicional. Saiba mais sobre esse universo a seguir.

O que é m-commerce?

M-commerce, ou mobile commerce, é a prática de comprar ou vender produtos e serviços usando dispositivos móveis, como smartphones e tablets. De modo geral, essa tendência engloba as transações financeiras que acontecem por meio de apps ou sites mobile.

Porém, é importante atentar para um detalhe. O m-commerce não é uma versão do site para o mobile. Sites que usam essa estratégia são denominados de “responsivos”. Nesse caso, o layout da mesma plataforma se adapta às dimensões da tela do usuário.

O m-commerce, por outro lado, é uma nova loja virtual, que tem o layout, os elementos e as funções planejadas de forma exclusiva para o público que acessa o site por dispositivos móveis.

Hoje, os principais marketplaces do Brasil também investem em m-commerce. Por meio de um aplicativo próprio do marketplace, o varejista pode oferecer recursos exclusivos, que não estão disponíveis na web, e garantir a segurança dos usuários.

Afinal, qual é a diferença entre e-commerce e m-commerce?

Tanto o e-commerce quanto o m-commerce estão relacionados aos processos de compra e venda no ambiente virtual. Porém, são estratégias diferentes.

Entender o que muda entre eles é algo crucial para ter sucesso em termos de design, alcance do público e taxa de conversão. Conheça as principais diferenças a seguir:

Alcance do público

Enquanto o e-commerce engloba todas compras e vendas realizadas na internet, seja lá qual for o dispositivo do consumidor, o m-commerce engloba apenas aqueles interessados em fazer transações via dispositivos móveis.

Simplicidade

Diferentemente do que acontece no desktop, os usuários usam apenas dois dedos para executar todas as etapas para finalizar uma compra. Logo, muitos elementos que estão presentes em uma loja virtual acabam sendo dispensáveis no site mobile ou app.

O consumidor assume um novo jeito de pensar, um jeito “mobile”, por assim dizer. A jornada de compra é mais curta, o que demanda o máximo de simplicidade do site ou app.

Rapidez

Se os elementos e as funções de uma loja virtual mobile priorizam a simplicidade, ela acaba gerando interações mais rápidas dos usuários.

O tempo de carregamento da página é um fator ainda mais determinante para um público que consome via smartphone. Diante de qualquer obstáculo, o risco é grande de o consumidor procurar o que precisa em outro lugar.

Quais são as vantagens do m-commerce?

Agora que você sabe o que é m-commerce e as particularidades dessa estratégia, vou mostrar as suas principais vantagens para um negócio.

Acesso mais fácil aos produtos da loja

Com a possibilidade de investir no m-commerce, as empresas começaram a oferecer uma acessibilidade dos produtos nunca antes vista. Afinal, se comparada a um e-commerce ou loja física, a tarefa de comprar um produto ou serviço pelo celular dá menos trabalho.

Qualquer pessoa com um dispositivo móvel se torna um potencial consumidor de uma empresa que investe no m-commerce. Só é preciso acessar o app da marca na palma da mão, escolher o produto e finalizar a compra. Rápido e simples.

É uma maneira inteligente de poupar o consumidor e encurtar a jornada de compra. Essa acessibilidade faz do m-commerce uma tendência forte nas vendas online.

Rastreamento de localização e personalização

Os smartphones vendidos atualmente são equipados com câmeras capazes de localizar códigos de barra, GPS e outras ferramentas que seu negócio pode usar a favor de propósitos comerciais.

Graças ao GPS, é possível enviar aos consumidores que baixam o app da loja notificações baseadas na localização de cada um, direcionamentos sobre serviços de transporte e muito mais soluções personalizadas. Isso pode facilitar a conversão de vendas.

Além disso, a comunicação com os clientes via app consegue ser ainda mais direta que as mensagens enviadas por e-mail, estratégia que é considerada útil para nutrir o relacionamento com uma base de contatos.

Conquista de novos consumidores

O Brasil é um lugar favorável para estratégias mobile. Existem cerca de 2 dispositivos móveis por cada habitante no país e, entre eles, a maior parcela é de smartphones. Isso significa que boa parte dos celulares ativos no Brasil têm acesso à internet. Os dados são de um estudo recente realizado pela FGV.

Além disso, 87% dos consumidores brasileiros priorizaram o smartphone para fazer as compras online em 2021, segundo levantamento da CNDL e SPC Brasil.

O dado representa um aumento de 20 pontos em relação à mesma pesquisa realizada em 2019 — e a tendência é que esse número siga aumentando daqui para frente.

Benefícios para o varejo

Outra vantagem do m-commerce é que esse modelo oferece uma assistência para as vendas realizadas no varejo. Para o consumidor, fica muito mais simples comprar quando os aspectos de cada produto da loja estão disponíveis pelo celular.

O mobile, nesse caso, funciona como uma ponte entre o online e offline. Os consumidores usam o aplicativo para escanear e escolher produtos, colocam os itens no carrinho e concluem a compra no próprio aplicativo. Sem filas e em menor tempo.

Como as empresas têm se adaptado ao m-commerce?

Acontece com todas as tendências do comércio digital. Quem está disposto a investir em estratégia inovadora precisa adotar uma série de medidas para mitigar os riscos e, de fato, conseguir desfrutar das vantagens.

Não é diferente para as empresas que investem no m-commerce. Para alcançar bons resultados com a tendência, é preciso se questionar sobre alguns fatores. Veja abaixo.

Avaliar a participação do público mobile

Para quem já abriu um negócio online, uma boa maneira de começar um processo de adaptação para o mobile é entender a participação no tráfego total do público que acessa o site via dispositivos móveis.

Há gestores de e-commerce que optam por não investir no m-commerce porque entendem que não há um número expressivo de compras via mobile. Porém, quando o mobile ocupa 20%, 30%, 40% ou mais do tráfego, pode ser o momento de apostar nessa estratégia.

No Google Analytics, é possível verificar dados como o número de visitas via dispositivos móveis, a parcela no tráfego total do site e até quais são os dispositivos. Essas informações são úteis para projetar o número de conversões que uma estratégia mobile daria e traçar metas.

Cabe destacar que Google Analytics é uma plataforma de análise de métricas disponível de forma gratuita para todos os administradores de sites.

Decidir entre site mobile ou app

Os dois tipos de plataforma (site mobile e app) oferecem vantagens que podem influenciar na decisão de qual escolher.

Por exemplo, o aplicativo quando é instalado passa a ser um dos recursos do celular, o que aumenta a chance de falar diretamente com o cliente e personalizar a comunicação. Por outro lado, o alcance não é tão alto quanto um site mobile.

Antes de acessar o conteúdo de um aplicativo, o visitante precisa pesquisar pelo seu nome no Google Play ou App Store e esperar a instalação. Já o site mobile disponibiliza seu acesso de forma aberta, sem exigir download do visitante.

Garantir a usabilidade da plataforma

Como vimos, muitas funcionalidades apresentadas na versão desktop de uma loja virtual podem ser dispensadas no site mobile. No entanto, para decidir o que é ou não relevante para a jornada do consumidor, é preciso se atender à performance da loja.

No próprio Google Analytics, dados como páginas de destino e páginas de saída, tempo de navegação e conversões são importantes para garantir a melhor usabilidade.

O que esperar do m-commerce no pós-pandemia?

A pandemia provocada pela Covid-19 impôs desafios não só do ponto de vista sanitário para o país. A tecnologia passou a ocupar um espaço maior na maneira como as pessoas se relacionam com diversos serviços, e as empresas precisaram aproveitar o contexto para investir na interação crescente com consumidores.

Estratégias voltadas para o mobile ganharam ainda mais força em diferentes setores: games, educação, alimentação etc. Com as pessoas em casa, isoladas e privadas de muitas atividades, o celular teve sua função potencializada com impactos talvez irreversíveis no consumo de informação, produtos e serviços.

Toda a praticidade promovida por soluções mobile só fortalece a necessidade de colocar o cliente no centro da experiência de compra — uma tendência consolidada no comércio digital muito antes do período da pandemia.

Por essas razões, fica fácil perceber que estratégias como m-commerce tendem a se fortalecer no momento de pós-pandemia.

Essa é uma poderosa tendência no comércio digital daqui para frente. Então, se você tem um negócio e quer explorar as vantagens de criar um site mobile ou app, não perca tempo. Afinal, após ler este artigo você já tem o que é preciso para começar.

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