No Brasil, um dos maiores inimigos do e-commerce é a fraude. Vejo esse fator se tornando cada vez mais perigoso para as empresas, uma vez que há alto grau de dificuldade em punir os golpistas por parte das autoridades. Hackers possuem grande conhecimento cibernético, muitas vezes utilizam servidores fora do Brasil e costumam usar laranjas ou documentos roubados para abrirem contas, o que facilita para que passem ilesos nas tentativas de fraude.
Com a baixa possibilidade de sofrer punição e a percepção de sucesso nas tentativas de golpe, esses fraudadores continuam a agir, principalmente ao encontrarem brechas que os permitam executar as fraudes com êxito. Lembro que são diversos os fatores que facilitam essas ações, como a utilização de dados obtidos em vazamentos e, principalmente, a falta de prevenção adequada dos e-commerces nas transações, o que, consequentemente, causa a aprovação de muitos pedidos fraudulentos.
Dados de fraude no e-commerce
Analisei recentemente alguns dados que dão uma dimensão de como as fraudes são preocupantes para o e-commerce. Em 2021, foram realizadas 6,1 milhões de tentativas de fraude no varejo eletrônico, 74% a mais do que em 2020, de acordo com um estudo que mapeia a fraude no Brasil. Além disso, levando em conta os mesmos períodos, houve um aumento de 340% nas tentativas de phishing, o que mostra como os estelionatários têm tentado cada vez mais roubar dados confidenciais para aplicar golpes.
Padrão em datas comemorativas
Em datas comemorativas recentes importantes para o e-commerce, novos levantamentos de empresas especializadas revelaram um padrão para ser observado. Tanto no Dia das Mães quanto no Dia dos Namorados, o valor em fraudes evitadas aumentou, enquanto o número de tentativas de fraudes diminuiu. Ou seja, os golpistas procuraram fraudar transações com produtos de valores mais elevados. No caso do Dia dos Namorados, os maiores alvos foram as categorias de ar-condicionado, celular e eletrodomésticos. Uma possível explicação é um vazamento de dados recente que expôs as informações de clientes com maior poder aquisitivo.
O que fazer para coibir fraudes?
Diante desse cenário, o que fazer para conter as ações de fraudadores e evitar perdas na receita da empresa? É preciso um conjunto de ações coordenadas para minimizar esse impacto e maximizar o faturamento com as vendas. Digo isso porque não há uma “bala de prata” ou uma resolução mágica para o problema. Isso porque, além de barrar fraudes, é preciso ter o cuidado de não reprovar os pedidos de bons clientes, o que também é essencial para não acumular prejuízos financeiros.
A Gartner, consultoria internacional que dá insights para empresas a partir de suas pesquisas, estabelece alguns paradigmas relacionados à cibersegurança. Há um conjunto de ações para se tomar na prevenção à fraude, como adotar soluções modulares, com conexão entre diferentes fontes de dados. É preciso, também, revisar e atualizar constantemente os padrões de risco, além de contar com soluções customizadas e abrangentes a partir de KPIs relevantes para o negócio.
Ou seja, para ter uma atuação eficiente contra a fraude, o ideal é buscar ferramentas inteligentes que garantam a segurança nas transações, mas sem causar fricção para o cliente. Por isso, é importante ir atrás de fornecedores que tenham o combate à fraude como sua principal atuação e, dessa forma, tenham conhecimento e expertise para auxiliar a empresa da forma mais assertiva possível.
Ter uma ferramenta que possa fazer a gestão completa antifraude é uma excelente opção para os e-commerces, que precisam realizar rapidamente a aprovação de seus pedidos para não perder o bom cliente, que pode desistir se encontrar muitos obstáculos para finalizar seu pedido. Mas, ao mesmo tempo, as empresas não podem deixar que uma série de transações com alto risco seja concluída.
Esse equilíbrio que uma boa solução de prevenção às fraudes pode proporcionar é o segredo para manter a reputação da marca intacta e manter excelentes indicadores que preservem a receita do negócio e maximizem seus ganhos.
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