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Diferenciais competitivos que só e-commerce traz para o setor de turismo

Por: Giuliana Cestaro

Diretora de Produtos e-commerce da Fiserv no Brasil

Com 20 anos de experiência, sendo 14 deles no mercado de meios de pagamento, tem ampla experiência como consultora de inovação, gestão de produtos digitais e e-commerce. Na Fiserv desde 2020, foi responsável por produtos digitais e liderou a equipe de lançamento da plataforma omnichannel Carat no Brasil, antes de assumir a diretoria de Produtos. Antes de integrar a equipe da Fiserv, atuou por mais de uma década na Cielo, onde foi responsável pela expansão e rentabilização do Portfólio de Soluções, especialmente como líder do setor de e-commerce. Também teve experiências em empresas de outros setores, com passagem pela Tamboré Urbanismo e Mapfre Seguros. É formada em propaganda e marketing pela Universidade Paulista, com pós-graduação em gestão pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e especialização em gestão de e-commerce e marketing digital pela ComSchool.

No pós-pandemia, o turismo está aquecido e os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgado pelo Governo Federal, por meio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que os Índice de Atividades Turísticas registraram um aumento de 75,6% em março no país na comparação com o mesmo mês de 2021.

Nesse segmento, a internet desempenha um grande papel nas vendas. Há mais de dez anos, aproximadamente 25% das vendas eram transacionadas online e esse número veio crescendo ano a ano, juntamente com a evolução do passageiro que aprendeu a contar com as vantagens da famosas “OTAs” – Online Travel Agencies, que proporcionam serviços de comparação de valores e comparativo de experiências, como Trip Advisor, Kayak e muitas outras plataformas. Naquele tempo, um estudo da comScore já contabilizava mais de 16 milhões de brasileiros visitando sites de turismo – agências de viagens online, sites de companhias aéreas e de hotéis.

Contar com ecossistemas omninchannel no setor de turismo é ir além de melhorar a experiência do turista.

Sempre que as férias se aproximam, gerar uma experiência positiva volta a ser o desafio de todo profissional do setor. Cada viagem pode trazer percepções diferentes a depender de como é conduzida a jornada do turista. Dependendo da situação ou da experiência, basta um pequeno detalhe para aquele investimento não ter valido a pena e a impressão ser a mais negativa possível.

O turismo investe em inovação para não apenas melhorar a experiência do cliente, mas também para ampliar a competitividade. A tecnologia tem sido importante para oferecer essa experiência diferenciada- e a jornada começa na escolha do destino ideal, passa pela compra de passagens aéreas e hospedagem e só termina quando a última parcela do cartão de crédito é paga.

Dez anos depois do estudo da comScore, como está a omnicanalidade e a integração dos canais presenciais e digitais nas empresas mais modernas do setor?

Aqui estamos tratando de um conceito que se baseia em unir todas os canais utilizados por uma empresa, gerando uma experiência em que o turista não veja diferenças entre o mundo online e offline. Cada vez mais, as empresas se valem de soluções inovadoras não só para oferecer mais comodidade para o turista, mas também ter processos mais eficientes, com governança e praticidade. O e-commerce no setor, além de gerar vendas, pode trazer:

Check-in/check-out facilitado

As redes hoteleiras mais modernas já contam com funcionalidades para aumentar a segurança e fazer o check-in mais rápido de seus hóspedes. Um simples totem na recepção pode permitir ao hóspede um acionamento de QR code pelo seu smartphone e, em questão de segundos, ele tem em mãos um cartão para acessar o quarto e registrar todo o seu consumo, com a tokenização de um cartão para pagamentos fisicamente. Com isso, além de aumentar a conveniência dos hóspedes, o processo é mais seguro e pode ser coordenado com as frentes de conciliação.

Pode ser um cartão de consumo, pode ser uma pulseira como os resorts oferecem. A proposta é oferecer a mesma experiência mágica da famosa Disney Magic Band e fazer com que os hóspedes aproveitem o momento em vez de se preocuparem com a transação para efetuar o pagamento.

Pagamento em diferentes ambientes da hotelaria

A facilidade de pensar o pagamento onde o hóspede estiver faz com que se ofereça um terminal móvel para pagar um consumo pontual em uma piscina ou piano-bar, por exemplo. Quando todas essas movimentações financeiras são integradas aos softwares de automação e ERP (Enterprise Resource Planning), conciliados com a tesouraria, as operações são mais seguras e as prestações de contas são mais claras.

Não importa se o pagamento acontece pelo e-commerce, dispositivos móveis, em uma conta digital que será finalizada ao término da viagem e liquidada por um link de pagamento com proteção antifraude de autenticação do cartão 3DS* – todas as medidas são válidas para evitar a dor de cabeça do gestor hoteleiro com contestações.

Segurança dos dados de hóspedes

O aumento de segurança tem o objetivo de evitar vazamento de dados de hóspedes e casos como ocorrido em 2020, quando uma grande rede hoteleira teve que se responsabilizar pelos dados de 5,2 milhões de hóspedes possivelmente vazados.

Quando o cliente faz a reserva da sua hospedagem via e-commerce, ele insere seus dados e o seu cartão será tokenizado. Não existe mais a necessidade de enviar imagens de cartões e documentos. Com um processo mais inteligente e seguro, todas as informações são armazenadas em nuvem com padrões de segurança rígidos para evitar o vai e vem de envio de prints de documentos e cartões e, consequentemente, o vazamento de dados.

Unificação de portais para oferecer fidelidade

Grandes empresas do setor, que vão adquirindo outras empresas e operadoras, têm a necessidade de integrar os seus portais. Quando se unificam todas as interfaces de um grande operador turístico em um único gateway de pagamento, a administração e a conciliação dos negócios ficam mais inteligentes. Além disso, é possível estabelecer um vínculo maior com os clientes ao propor programas de fidelidade com troca de pontos. Além de conhecer e registrar todas as viagens, é possível estabelecer dinâmicas de pontuação e desenvolver um planejamento de marketing incrível para incrementar as vendas.

Contar com ecossistemas omninchannel no setor de turismo é ir além de melhorar a experiência do turista. É ter uma visão de negócios integrada, com inteligência para gerir os negócios de maneira integrada, e que pode ser traduzida por garantia de segurança, governança e facilidade ao integrar todas as frentes de recebimento em um único lugar, além de atender o novo viajante com experiências integradas para a melhor viagem de sua vida e garantir uma receita mais atrativa para os investidores.

* O 3 DS é uma tecnologia de autenticação que, por meio dos parâmetros da transação, permite ao banco emissor do cartão validar se o portador é de fato quem está realizando a transação de compra. O protocolo mede cada transação por meio de uma consulta cruzada em diversas bases de registro de dados, conferindo a pontuação de risco. Dessa forma, o estabelecimento garante uma experiência fluida aos seus hóspedes enquanto minimiza o índice de fraude.

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