O evento DP6 & Google 360 Marketing Morning — The Growth Toolbox foi inovador e trouxe um palestrante internacional que abordou os temas do nosso dia a dia com uma visão diferente.
Tim Ash começou sua palestra inspirada em seu livro “Unleashing the Primal Brain”, mostrando como o desenvolvimento do cérebro primitivo pode nos ajudar a entender a forma como consumidores tomam decisões, passando pelas conversas de nossos breaks que permitiram maior contato entre os participantes e o desenvolvimento de um rico network.
O executivo concluiu a palestra com um fórum de perguntas e respostas, que esclareceu possíveis dúvidas e abordou problemas de negócios mais pontuais. Toda a programação se mostrou bastante enriquecedora do ponto de vista da qualidade e do conteúdo.
Baseada em seu livro, a apresentação de Ash nos ajudou a desvendar o cérebro primitivo e mostrou de forma simples como os nossos instintos desenvolvidos há milhões de anos continuam a nos guiar.
Até hoje, nosso cérebro nos ajuda a superar os desafios que encontramos nos ambientes ao nosso redor, e servem principalmente para nos auxiliar quando nos movimentamos por novos ambientes e novos desafios. Eles evoluíram para isso.
Ao explorar os instintos humanos como forma de maximizar os efeitos da propaganda e do marketing, surgiu o campo de estudo conhecido como neuromarketing.
Por causa disso é que Tim Ash vê nos instintos primitivos uma adaptação do modelo de funil de vendas, caracterizado em três momentos:
1- Awareness
Reação a uma informação — é o tronco cerebral, nosso cérebro mais antigo e consolidado reagindo;
2- Feeling
Sensação que o consumidor tem sobre uma informação — é o nosso sistema límbico atuando;
3- Action
Atomada de decisão — é o nosso córtex cerebral funcionando. Sede da razão, ele cuida das decisões, o que acontece em apenas 5% do tempo.
Para percorrer com maior fluidez por esse funil, alguns incentivos podem ser usados para aumentar o awareness e o feeling das audiências, simplesmente mudando a forma de se apresentar um conteúdo ou informação. O propósito é facilitar as decisões e se aproveitar do caráter “preguiçoso” do cérebro.
Nos negócios, por exemplo, em vez de estabelecer objetivos e desenhar uma lista de to-do’s, Ash recomenda que é melhor deixar claro os custos a se pagar quando não se age sobre os problemas ou quando se protela para fazer os resultados acontecerem.
Esse é um exemplo de que organizar informações de forma diferente pode ser útil para incentivar nosso cérebro primitivo a agir. Nesse caso, mostrar que sair de um estado de preguiça é positivo porque os riscos de manter o status-quo são maiores do que o risco de promover mudanças. A ideia central é sempre utilizar os instintos que trouxeram o homem à modernidade como propulsores de melhores decisões.
Conclusão
Em geral, Ash nos orienta a entender que estratégias de Marketing não devem estar fundamentadas na tecnologia, como se a tecnologia fosse a origem do sucesso para um negócio. Nos séculos passados se usava mídia impressa como folhetos, jornais e revistas para promoção e propaganda de produtos e serviços.
Hoje está ocorrendo uma migração para a propaganda por meio do uso das mídias digitais. Assim, as maneiras de se fazer divulgação e apresentar conteúdo estão sempre mudando. Mas o alvo desse marketing todo não mudou, ou mudou pouco: o homem continua sendo movido pelos mesmos instintos que o movia há 100 ou 200 anos atrás.
No fundo, essa é a razão pela qual Ash nos motiva a procurar nos instintos humanos a base para o funcionamento de uma tecnologia de sucesso: negócios mudam, o homem permanece.
Artigo republicado com autorização do autor. Texto original disponível aqui.
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