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Carrinhos cheios, poucas vendas: o que o varejo online ainda pode aprender sobre desistência

Por: Cesar Baleco

César Baleco é o CEO do Grupo Irrah Tech, referência em soluções tecnológicas inovadoras no Brasil. Com uma carreira sólida no universo da tecnologia e automação, tem liderado o desenvolvimento e expansão de empresas de alto impacto, como Z-API, GPT-Maker, Dispara Aí, Plug Chat e Kigi. Ele tem impulsionado a adoção de soluções que integram inteligência artificial e automação para diferentes setores, como marketing, atendimento, gestão de empresas e varejo. Seu trabalho é caracterizado pela busca constante por inovação e pela construção de plataformas que oferecem resultados concretos para clientes de diferentes portes.

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Carrinhos cheios, poucas vendas. No comércio eletrônico, essa é uma realidade que ainda tira o sono de muita gente. A cena é familiar: o cliente escolhe, compara, coloca o produto no carrinho… e some. Segundo o E-commerce Radar, mais de 80% das compras iniciadas no ambiente online não chegam ao fim. Um número que fala por si e revela um dos maiores gargalos do varejo digital, que é o abandono do checkout, o famoso abandono de carrinho.

Carrinho de compras abandonado na chuva em ambiente externo.
Imagem gerada por IA.

Durante muito tempo, o mercado tratou esse comportamento como algo inevitável. Mas, quando a taxa de desistência chega a quatro em cada cinco compras, fica claro que o problema não é o consumidor, é a experiência. Custos adicionais inesperados, prazos de entrega pouco competitivos e processos de pagamento longos ou confusos estão entre os principais motivos para o abandono. E isso não é apenas perda de venda; é perda de relacionamento.

Nos últimos anos, no entanto, tenho visto uma mudança de rota. Cada vez mais empresas estão entendendo que recuperar uma venda não é insistir, é conversar. E o WhatsApp tem se tornado o canal mais poderoso para isso.

Temos acompanhado casos surpreendentes. Um cliente do setor de e-commerce, por exemplo, alcançou uma taxa de conversão de 27% em apenas quatro semanas após adotar fluxos inteligentes de atendimento via WhatsApp. Outro registrou 32% de aumento nas vendas recuperadas.

Mas o mais interessante é o que vem depois, pois as empresas não só vendem mais, mas também passam a entender melhor o comportamento dos clientes, otimizam processos e ganham previsibilidade.

O segredo está na velocidade e na personalização. No e-commerce, cada segundo conta. Um lead quente que não é respondido na hora esfria e vai para o concorrente. Com fluxos automatizados e gatilhos inteligentes, conseguimos responder no momento certo, nutrir o interesse e acelerar o fechamento da compra, mesmo com equipes enxutas.

Vejo os fluxos automáticos de WhatsApp como o novo balcão digital do varejo. Eles dão boas-vindas, enviam lembretes de carrinho, disparam ofertas no tempo exato e personalizam as mensagens de acordo com o perfil e o comportamento de cada consumidor. A automação permite escalar sem perder o toque humano – e isso, no fim das contas, é o que faz diferença.

Na prática, há uma mudança de cultura: estamos aprendendo que atender rápido é importante, mas atender com propósito é o que converte.

E, à medida que nos aproximamos de datas como a Black Friday e as festas de fim de ano, esse aprendizado se torna estratégico. Afinal, o carrinho cheio não garante venda, mas uma boa conversa pode transformar interesse em faturamento.

No fim, o e-commerce não é sobre cliques. É sobre conexão. E, quando essa conexão acontece no canal certo, com a mensagem certa, a distância entre um carrinho cheio e um pedido fechado fica bem menor.