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A crescente procura de empresas brasileiras por abrir filiais na China

Por: Lincoln Fracari

Fundador e diretor executivo do Grupo China Link

Fundador e diretor executivo do Grupo China Link. Especialista e consultor na área de negócios com a China e Ásia, empresário, investidor, escritor e palestrante. Formado em Administração pela Universidade Paulista e especializado em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas.

O mercado chinês detém a maior população do mundo, com mais de 1,4 bilhão de habitantes, e é um mercado em expansão rápida, com uma economia crescendo a uma média de 6% ao ano. Essas características tornam a China um destino atraente para empresas globalmente, inclusive as brasileiras.

Nos últimos anos, tem havido uma crescente demanda de empresas brasileiras em abrir filiais na China. De acordo com um estudo do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), o número de empresas brasileiras com filiais na China cresceu de 100 em 2000 para 500 em 2023.

Nem todas as empresas são adequadas para estabelecer uma filial na China. Conheça detalhes do assunto.

Vários fatores impulsionam essa tendência. Primeiramente, a China representa um mercado vasto com um considerável potencial de crescimento. Em segundo lugar, a economia chinesa está se sofisticando, abrindo portas para empresas brasileiras nos setores de tecnologia, indústria e serviços. Em terceiro lugar, o governo chinês está implementando políticas para incentivar a entrada de empresas estrangeiras no país.

O estudo do CEBC também indicou que a maioria das empresas brasileiras que abriram filiais na China concentra-se em setores como:

– Agronegócio: a China é o maior importador mundial de alimentos e commodities agrícolas, tornando o Brasil um parceiro natural.
– Tecnologia: a China é um dos principais centros de tecnologia do mundo, oferecendo oportunidades para empresas brasileiras nos setores de software, hardware e serviços de TI.
– Indústria: a China é uma potência industrial, abrindo oportunidades para empresas brasileiras em manufatura, engenharia e construção.
– Serviços: a China está se tornando um mercado relevante para serviços como turismo, educação e saúde.

Se estiver se perguntando se abrir uma filial na China é um bom negócio para qualquer empresa, a resposta curta é não. Nem todas as empresas brasileiras são adequadas para estabelecer uma filial na China. As empresas mais propensas ao sucesso são aquelas que:

– Oferecem produtos ou serviços de qualidade competitiva no mercado chinês.
– Possuem histórico sólido de vendas e operações.
– Têm recursos financeiros e humanos suficientes para sustentar a expansão para a China.

Vale a pena para pequenas e médias empresas?

Sim, vale a pena para as pequenas e médias empresas (PMEs) abrir filiais na China. Elas possuem vantagens que as ajudam a competir no mercado chinês, como:

– Inovação: PMEs brasileiras são conhecidas por sua capacidade de inovar e desenvolver novos produtos e serviços, o que pode ser uma vantagem competitiva num mercado em rápida expansão e mudança como o chinês.
– Flexibilidade: PMEs são geralmente mais ágeis e flexíveis do que grandes empresas, o que pode ser uma vantagem num mercado no qual a adaptação rápida é essencial.
– Custos: PMEs geralmente têm custos operacionais menores, o que pode ser uma vantagem considerável na China, onde os custos de mão de obra e produção são relativamente altos.

No entanto, é importante que as PMEs brasileiras considerando abrir filiais na China façam sua pesquisa e se preparem adequadamente. O mercado chinês é complexo e competitivo, e as PMEs precisam estar prontas para os desafios que enfrentarão.

Custos

Os custos de estabelecer uma filial na China variam conforme o tipo de empresa, o tamanho da filial e a localização. Em geral, os custos podem incluir:

– Taxas governamentais: empresas estrangeiras que desejam abrir filiais na China devem pagar taxas de registro, licenciamento e impostos.
– Investimentos em infraestrutura: filiais na China geralmente exigem investimentos em escritórios, fábricas e equipamentos.
– Custos operacionais: incluem despesas com mão de obra, produção, marketing e vendas.

Dicas para investir nessa empreitada

Algumas dicas para empresas brasileiras que consideram abrir uma filial na China:

– Pesquisa: entender as leis, regulamentações, tendências e concorrência do mercado chinês é crucial.
– Parcerias locais: associar-se a empresas chinesas pode fornecer conhecimento local, experiência e uma rede de contatos.
– Começar pequeno: não é necessário abrir uma grande e cara filial de imediato; começar com uma operação menor pode ser prudente.
– Paciência: o mercado chinês é complexo e competitivo; a persistência é fundamental para o sucesso.

Estimativas para os próximos cinco anos

O CEBC estima que o número de empresas brasileiras com filiais na China continuará a crescer, alcançando 1.000 em 2028. Essa tendência é positiva para a economia brasileira, podendo gerar empregos, investimentos e novas oportunidades de negócios, além de diversificar as exportações, atualmente focadas no agronegócio.

Empresas como Havaianas, Embraer e Suzano já aproveitam as oportunidades do mercado chinês, expandindo suas operações. Espera-se que mais empresas brasileiras busquem estabelecer filiais na China, capitalizando o vasto potencial desse mercado.