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Inflação - diminuindo o poder de compra do consumidor

Por: Daniel Lozano García

Daniel García é CFO da fintech Koin desde abril de 2022. Tem ampla experiência em controladoria, tesouraria, planejamento financeiro e captação de recursos em empresas nacionais e multinacionais. Já foi CFO da Digio e passou quase nove anos como Financial Controller e como gerente de Controle de Gestão no Grupo Société Générale Consumer Finance S.A.. Daniel estudou Economia na Universidade de Valência (Espanha) e Mestrado em Controladoria, Banking, Finanças e Seguros na Universidade de Nantes (França). Tem pós-graduação em Moderna Controladoria e Finanças na FIA/USP. É nativo da Valência, Espanha, e se mudou para o Brasil em 2004 e desde então trabalha no mercado financeiro brasileiro.

A piora do cenário macroeconômico (tanto nacional como internacional) é um grande fator para explicar a baixa no poder de compra dos brasileiros em 2022. Estamos falando no cenário interno das altas nas taxas de juros e da inflação, além de acontecimentos no cenário externo que agravam esse problema, como guerra na Ucrânia, a mudança climática e a alta do dólar, que atingem a economia mundial.

Acompanhamos diariamente notícias sobre a alta na inflação no mundo e especificamente no Brasil, que não para de crescer. Para quem não sabe, inflação é o aumento dos preços de bens e serviços. Nos últimos 12 meses, a inflação do Brasil, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumulou alta de 11,7%, e as perspectivas mais recentes (Relatório FOCUS 15072022 do BACEN) mostram que deve fechar o ano de 2022 con um aumento de 7,54%.

Segundo o Banco Central, a previsão para a inflação de 2023, que estava em 4,91% no final de 2021, está atualmente em 5,20%.

Fatores que interferem na alta da inflação

Existem diversos fatores que interferem diretamente na alta da inflação, veja só alguns deles:

  • Aumento na demanda;
  • Aumento no custo de produção;
  • Inércia inflacionária;
  • Emissão de papel pelo governo;
  • Diminuição da taxa de juros.

Hoje, os alimentos e as bebidas são os principais responsáveis pela pressão inflacionária. Como são produtos essenciais, consequentemente, aumentam o custo de vida dos brasileiros e baixam seu poder de compra. Como esses produtos essenciais tiveram seus preços em alta, eles chegaram a apresentar incrementos de mais de 80% no seu preço para as famílias com menos poder aquisitivo, por exemplo, que acabam ficando sem saída quando os preços aumentam. Isso porque a prioridade passa a ser somente cobrir as necessidades básicas, e essas famílias podem acabar deixando de honrar outras obrigações, como o pagamento de eventuais dívidas contraídas anteriormente, quando o cenário econômico era mais favorável.

Vale ressaltar que o combustível também é um grande vilão da inflação no país. E apesar da baixa nos últimos dias, por tempos, apresentou preços exorbitantes, ultrapassando os R$ 10,00 litro para a gasolina comum em algumas localidades.

Segundo a Agência Brasil, o transporte também está sendo um grande vilão para essas famílias com menor renda, pois acabam sofrendo bastante com o impacto do reajuste das tarifas de ônibus urbano (1,3%) e interestadual (3%), além do aumento de 6,6% do preço do gás de botijão e de 1,1% da energia elétrica.

Previsão da inflação para 2023

Segundo o Banco Central (Relatório FOCUS 15072022), a previsão para a inflação de 2023, que estava em 4,91% no final de 2021, está atualmente em 5,20%, sendo esta a 15ª elevação no ano.

Ou seja, mesmo as expectativas do mercado tendo piorado durante o primeiro semestre do ano, espera-se que 2023 seja mais benéfico em termos de inflação para as famílias brasileiras do que está sendo 2022.

É o que todos desejamos.

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