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Pix será responsável por 35% do valor das transações no e-commerce no Brasil até 2026

Por: Giuliano Gonçalves

Jornalista do portal E-Commerce Brasil, possui formação em Produção Multimídia pelo SENAC e especialização em técnicas de SEO. Sua missão é espalhar conteúdos inspiradores.

O The Global Payments Report 2023, levantamento da Worldpay, traz uma análise dos meios de pagamento em 40 países e cinco continentes, bem como tendências no universo de pagamentos digitais. No Brasil, o Pix se mostra consolidado como o meio preferido para pagamento dos consumidores, representando 24% das transações do país em 2022.

De acordo com a pesquisa, o crescimento dos pagamentos em tempo real/instantâneos foi maior no Brasil, com o crescimento de 123% do Pix entre 2021 e 2022 e projeção de aumento de outros 23% até 2026

O número de transações via Pix de pessoas para empresas cresceu 209% entre outubro de 2021 e outubro de 2022, passando de 152 bilhões para 472 bilhões. Em novembro de 2022, 788 instituições já participavam desse ecossistema, incluindo fintechs, cooperativas, bancos, financeiras e instituições de pagamento.

Em 2026, Pix representará 35% dos pagamentos no e-commerce

Em 2021, pouco tempo após o seu lançamento pelo Banco Central do Brasil, o Pix representava apenas 12% das transações nacionais. A facilidade, agilidade, baixo ou zero custo por transação e a segurança fizeram com que o Pix se tornasse um sucesso na adoção pelos consumidores brasileiros e um caso incomparável em relação aos outros países.

Apontado como líder em pagamentos em tempo real, o Pix vem integrando novas soluções e ampliando a sua abrangência rapidamente. Com esse avanço, até 2026, a previsão é que esse meio de pagamento será responsável por 35% do valor de todas as transações no e-commerce no Brasil.

Entre os meios de pagamento mapeados pela pesquisa estão:

– cartão de crédito;

– cartão de débito;

– pagamentos instantâneos (também conhecidos como A2A – Account to Account);

– dinheiro em espécie;

– carteiras digitais;

– Buy Now Pay Later (“Compre agora, pague depois”);

– e criptomoedas.

Carteiras digitais no Brasil

Conforme mostra o estudo, as carteiras digitais também se apresentam de forma relevante no Brasil, com 18% da preferência dos consumidores. Com 8% de participação nas transações em 2021, elas representaram quase o dobro no último ano e foram responsáveis por 15% das transações nos pontos de venda.

Já o cartão de crédito, um velho conhecido dos brasileiros, segue na liderança como meio de pagamento preferido, com 39% da população que o utiliza no comércio eletrônico. No entanto, quando falamos em ponto de venda, o cartão de crédito fica com uma fatia de 37%.

Por fim, o dinheiro em espécie representa 26% das transações. Vale lembrar que essa modalidade de pagamento vem perdendo espaço para os métodos digitais. Porém, o dinheiro físico ainda é um meio necessário para realização de pagamentos em momentos emergenciais e para momentos em que os consumidores buscam por descontos nos pequenos comércios.

Principais tendências Brasil e América Latina

O mercado regional de e-commerce da América Latina cresceu 19% entre 2021 e 2022, e está projetado para crescer outros 13% até 2026.

No cenário América Latina, os cartões de crédito (35%) continuam sendo os líderes em pagamentos no comércio eletrônico. Porém, estão lentamente perdendo participação para o A2A (15%) e para as carteiras digitais (21%).

Se no Brasil o comércio eletrônico possui projeções de crescer 11% até 2026, na Argentina o crescimento previsto é de 21%, enquanto no Chile 16%.

O Pix se consolida no Brasil. O uso desse meio de pagamento vem refletindo em um declínio no uso do boleto bancário — que caiu de 11% em 2021 para apenas 3% em 2022.

Crescimento dos pagamentos instantâneos

De acordo com a pesquisa, o crescimento dos pagamentos em tempo real/instantâneos foi maior no Brasil — com o crescimento de 123% do Pix entre 2021 e 2022 e projeção de aumento de outros 23% até 2026. Na Colômbia, o crescimento foi de 64% entre 2021 até 2022, com projeção de +21% até 2026, e no Peru o aumento foi de 130% entre 2021 e 2022, com previsão de crescimento de 31%.

Com uma combinação de baixo custo e acessibilidade quase universal, na América Latina, a participação em valor de transações do A2A no e-commerce cresceu 71% entre 2021 e 2022, elevando sua participação regional no e-commerce de 11% para 15%.

Dados de pagamento global

Em 2022, segundo o estudo, existiam 64 sistemas de pagamento em tempo real globalmente, quatro a mais do que o último levantamento realizado, em 2021. Isso impulsiona o crescimento dos pagamentos A2A, que respondem por quase US$ 525 bilhões em valor transacionado no e-commerce em 2022 (tem previsão de uma taxa de crescimento anual composta de 13% até 2026).

Em países como a Índia, os pagamentos em tempo real são um sucesso e representam 19% das transações no e-commerce. Já no Reino Unido, por exemplo, essas transações representam apenas 9%.

As carteiras digitais também continuam crescendo globalmente — já são líderes globais e representam 49% das transações no e-commerce. A China é o país que mais utiliza as carteiras digitais, com presença em 81% das compras no e-commerce e 56% dos gastos nos pontos de venda no último ano.

Tendências de pagamentos globais

Os Estados Unidos são destaque na utilização de cartão de crédito (30%) e carteiras digitais (32%) nas transações do e-commerce. As projeções indicam que haverá um novo declínio no uso do dinheiro em espécie em 2023, após um breve e raro aumento em seu uso durante a pandemia. Enquanto o dinheiro em espécie representou 12% nos PDVs em 2022, haverá um declínio de -5% na utilização desse meio de pagamento até 2026.

Segundo o estudo, o Buy Now Pay Later (“Compre agora, pague depois”) deve crescer de 5% para 6% de todas as transações no comércio eletrônico global até 2026. Em tempos econômicos desafiadores, os consumidores ficam mais interessados em modalidades de crédito alternativo como BNPL.

Alguns governos estão promovendo a diminuição do uso do dinheiro em espécie.Entre 2021 e 2022, a Tailândia, por exemplo, reduziu de 63% para 56%, Índia de 37% para 27% e Vietnã de 54% para 42% no período. Por outro lado, diversos países estão introduzindo novas legislações para retardar o rápido declínio no uso do dinheiro em espécie. Afinal, existe uma preocupação com o impacto que isso terá em certos grupos sociodemográficos, como os idosos e os desbancarizados.

O estudo completo (em inglês) pode ser baixado aqui.