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Fundo latino dono da Peixe Urbano compra startup Grow

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

A startup de patinetes elétricos Grow confirmou na terça-feira (10) que seu controle acionário foi adquirido pelo fundo latino Mountain Nazca, dono de marcas como Peixe Urbano e Groupon na região.

Criada em 2019 a partir de uma fusão entre a brasileira Yellow e a mexicana Grin, a companhia de mobilidade passava por uma fase difícil, com falta de capital e problemas de governança, tendo fechado operações em 14 cidades do país e feito demissões em janeiro.

Por meio de nota, a empresa afirmou que a aquisição permitirá a continuidade de suas operações em três cidades do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba), bem como em cinco países da América Latina.

Na nota, a Grow não comenta os valores da transação. No sábado (7), o jornal O Estado de S. Paulo publicou que a empresa tinha sido vendida pelo valor simbólico de US$ 1 — segundo fontes, a Mountain Nazca assumiu as dívidas da Grow, na casa das dezenas de milhões de dólares.

Atual vice-presidente de mobilidade da empresa, Roberto Cadavieco foi promovido a presidente executivo global. Em nota, ele disse que o foco da empresa será ter um modelo de negócios rentável. Antes da Grow, Cadavieco já tinha liderado o Groupon no México.

Tropeços

Um dos maiores problemas das startups de patinetes elétricos no mundo, até aqui, foi ter um modelo de negócios rentável — o alto custo das viagens, afetado por roubos e dificuldades de manutenção, afastou muitos usuários. Em São Paulo, uma viagem de dez minutos de patinete custa cerca de R$ 8, o que coloca o modal em rivalidade com meios como o Uber.

Manter o negócio rodando e crescendo foi uma das principais dificuldades da Grow, que já surgiu, em 2019, com status de potencial unicórnio (startup avaliada em pelo menos US$ 1 bilhão), em uma operação de fusão que envolveu US$ 150 milhões. Não era à toa: uma de suas partes, a Yellow, foi criada por Ariel Lambrecht e Renato Freitas, cofundadores do primeiro unicórnio brasileiro, a 99.

Mas a promessa não se concretizou: com expansão desordenada, a empresa também não conseguiu captar recursos no mercado. Em abril de 2019, o Estado de S. Paulo chegou a noticiar que a Grow negociava um aporte de US$ 150 milhões com o SoftBank — transação frustrada por divergências em números estratégicos. As disputas internas entre mexicanos e brasileiros também foram um problema e levaram à saída dos sócios da Yellow no dia a dia da Grow.

As informações são do Broadcast Agência Estado