Para a representante de marcas como Lacta, Bis e Trident, houve uma mudança de mindset em todos os aspectos com o crescimento do digital. Se enquanto no offline o foco está em tendências macro e trade marketing, por exemplo, no digital as informações são factuais, em tempo real — com dados que podem ser medidos de ponta a ponta. “Em bens de consumo, as indústrias têm conhecimento forte do consumidor, no topo de funil. Já o varejo adquire os dados sobre o cliente no momento em que ele se torna um shopper. É justamente por isso que deve haver essa troca, para trabalhar as segmentações e ver o que funciona ou não”, afirmou Theo no palco do Fórum Indústria Digital 2020. Para ele, enquanto o varejo conhece o mix e o cliente, a indústria entende a sua categoria, e sem essa relação de troca alguns detalhes são perdidos.
Categorias
Na loja offline, o shopper sabe muito bem onde onde procurar (e encontrar) os produtos que deseja. Mas, será que esse fluxo é o mesmo no mundo online? “Ao colocar a categoria ‘mercearia’ numa plataforma online, 90% das pessoas não sabem o que há ali. Essa mudança de como se posicionar na plataforma e ofertar uma boa experiência é fundamental na relação varejo e indústria”, ressaltou Vieira. Para ele, a correlação entre indústria e varejo fará uma diferença enorme, aumentando a taxa de conversão e a satisfação dos clientes.
Outro ponto levantado pelo especialista foi que hoje existem três tipos de clientes. O que comprava em lojas físicas e hoje não pode; o que comprava online e agora vai comprar mais; e o híbrido, que compra nas duas. Diante disso, Vieira garante que dá pra fazer muita otimização de processos da jornada de consumo pelo online. “No primeiro semestre, o e-commerce faturou R$ 40bi e 41 milhões de consumidores. O varejo alimentar triplicou nesse momento. Como eu consigo pegar esses consumidores? Posso começar entendendo o conceito de embalar e entregar, que é muito é diferente na jornada online”.