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Inteligência artificial é vital no combate à escassez de recursos, debatem Zack Kass e Uri Levine no Vtex Day 2024

Por: Helena Canhoni

Jornalista

Bacharel em Comunicação Social pela ESPM. Experiência em tráfego pago, cobertura de eventos, planejamento de marketing e mídias sociais.

Zack Kass e Uri Levine no palco Spotlight do vtex day 2024
Imagem: Zack Kass, ex-diretor de GTM da OpenAI, e Uri Levine co-fundador do Waze

A realidade está em constante transformação. Encerrando o palco Spotlight, no primeiro dia do Vtex Day 2024, o impacto da inteligência artificial no cotidiano foi o debate. Contando com a presença de Zack Kass, ex-diretor de GTM da OpenAI, e Uri Levine co-fundador do Waze, a temática rendeu risadas, insights e pontos de atenção para um futuro cada vez mais digitalizado.

Iniciando a conversa, Geraldo Thomaz, fundador e co-CEO da Vtex, questionou os participantes sobre o papel da educação perante as tecnologias e como esse cenário vem se transformando. Kass, trouxe um ponto interessante ao afirmar que vamos reinventar a educação, porém de certa forma aquilo que estudamos ou nos formamos não é relevante. 

Apesar de parecer muito utópico, segundo o ex-diretor, a realidade é que a partir do desenvolvimento de novas tecnologias e com uma rápida evolução, ao final o que restará será a adaptabilidade e as características humanas. Resumindo, “não importa se você se formou como o melhor software design da faculdade; o que importa é que as pessoas gostem dos assuntos e se dediquem por conta disso”.

Já Levine aborda uma outra temática sob a perspectiva da educação. Para o co-fundador do Waze, é necessário que as pessoas aprendam a falhar. “Se temos medo de falhar, com certeza estamos fadados a falhar, pois não iremos nem tentar”.

Sob o ponto de vista do mercado, Uri reitera que as empresas e empreendedores precisam descobrir como falhar rapidamente. Dessa forma, o executivo justifica que as marcas podem aprender com mais erros e se adaptar para satisfazer o mercado com maior agilidade. 

“Se queremos ser parte do mercado não precisamos ser perfeitos, mas ser bons o suficiente”, reforça o palestrante.  

Outro aspecto apresentado por Kass é a competitividade entre os países e empresas, com relação ao desenvolvimento de novas tecnologias, produtos, serviços e até mesmo na área da saúde. A educação deve se transformar para que a competição não se sobreponha à necessidade de melhorar as condições de vida das pessoas. 

“Estamos nos movendo para um mundo, no qual você não precisa perder para eu ganhar; a competição deveria ser resumida somente a esportes, por exemplo, não deveriam ter brigas quanto a condições econômicas ou ao desenvolvimento na cura de doenças”, exemplifica o executivo.

Solução ou retrocesso?

Thomaz questiona aos presentes, “estamos mesmo caminhando para um mundo mais acessível ou essa tecnologia vai ficar na mão de algumas grandes empresas?”. 

Dessa vez, Uri assume e responde primeiro retomando ao tempo quando a internet foi lançada. Inicialmente, não eram todos que poderiam ter essa nova metodologia, “tudo mudou, mas não de uma única vez”.

No caso da IA, segundo o palestrante, vivemos a mesma situação. Há um tempo de adaptação, as empresas e os consumidores vão aprender como usar e participar dessa nova realidade. Porém, “se você ainda não usa inteligência artificial, você vai ser deixado para trás; é preciso começar hoje”, recomenda o autor. 

O mundo das emoções

A substituição da criatividade pela inteligência artificial é sempre um debate em pauta – e um medo da maior parte das pessoas. Segundo Zack, isso é algo que não deveríamos temer, pois há determinadas coisas no mundo que são sagradas, porque são os humanos que produzem. 

“Não queremos ir em uma peça com atores robôs, da mesma forma que o carnaval – a melhor festa do ano – não vai acabar por conta da IA”, afirma o ex-diretor. “Minha esperança é que a criatividade floresça quando não precisamos nos preocupar com outras bobagens”.

“A criatividade vem com as emoções, tanto positivas quanto negativas, para o desenvolvimento de novos projetos”, diz o co-fundador do Waze. 

Outro ponto é que se a inteligência artificial for responsável por desenvolver um filme para cada um, por exemplo, nunca mais será possível conversar com ninguém, pois tudo será altamente personalizado.