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Da favela para o business: a trajetória de Kondzilla até o sucesso em todas as plataformas

De origem humilde, da Vila Santo Antônio, no Guarujá, litoral de São Paulo, Konrad Dantas sempre acreditou na potência dos estudos. E, de certa forma, isso o ajudou chegar onde chegou. Ele também acreditou que poderia ser rapper. “[O que] graças a Deus deu errado”, brinca. “Porque eu era um rapper ruim. Mas foi essa experiência que me deu bagagem para fazer tudo o que eu posso fazer hoje por um talento da periferia”, defende.

Konrad Dantas, o Kondzilla, palestrou durante o Fórum E-Commerce Brasil 2022

Conhecido mundialmente como Kondzilla, o rapaz tímido que percebeu que cantar não era seu forte, investiu na carreira de produtor musical e é dono do maior canal do YouTube da América Latina – e quarto maior do mundo – com 65 milhões de assinantes.

Na 13º edição do Fórum E-Commerce Brasil, ele foi um dos destaques da plenária de Marketing & Vendas e contou sua história de sucesso, que não só emociona mas também inspira.

Ao perder a mãe ainda na juventude, Konrad decidiu usar o dinheiro que veio em consequência do seguro de vida da matriarca para estudar em São Paulo. Com formação em computação gráfica, e ainda muita ligação com música, ele foi se envolvendo na produção de videoclipes para cantores da periferia, especialmente do funk. Um dos primeiros projetos rendeu mais de 1 milhão de views em 28 dias. O seguinte clipe atingiu a mesma marca em 15 dias. Daí em diante, o sucesso não o abandonou mais.

Furando a bolha da favela

Konrad conta que o YouTube e o Facebook foram as plataformas usadas para promover os vídeos e as curtidas nas páginas dos MC’s que ele dirigia nos clipes eram um jeito de mensurar a fama. Os números atingidos por ele e sua equipe já eram altos, mas algo ainda impedia que eles avançassem.

“Fomos chamados para fazer o videoclipe de Baile de Favela. Foi sucesso, mas quando nós tiramos os palavrões, o vídeo bateu 6 milhões de views no YouTube. Fomos chamados para fazer clipe de Deu Onda, e ao tirarmos o palavrão ele foi o segundo vídeo mais assistido do mundo no YouTube em 2017”, lembra.

Ao parar com os palavrões, imagens de armas e objetificação da mulher, a página do Kondzilla no YouTube que já tinha 6 milhões de inscritos, saltou para 22 milhões em um ano. “Hoje são 65 milhões de inscritos e 36 bilhões de views”, comemora.

Apesar dos ótimos resultados na plataforma, Konrad conta que não tinha a intenção de ficar refém do YouTube. Pensando nisso, ele decidiu descentralizar o tráfego do canal e distribuir em outras frentes.

“Meu produto é o audiovisual”, afirma ele, que lançou a série Sintonia, pela Netflix e atingiu novos recordes: a produção teve a primeira temporada como a mais assistida do Brasil na plataforma. A série, que retrata a vida de três jovens da periferia de São Paulo, sendo um deles MC, também provocou um case de cross mídia com números interessantes.

“O MC JottaPê, que interpreta o MC Doni na série, conseguiu colocar sua música em 6º lugar no Spotify. A música que o MC Doni cria na série também fez sucesso, e chegou a 10º lugar. Antes de Sintonia, o cachê de shows do JottaPê era de R$ 1 mil e agora passou a ser R$ 50 mil. Antes, ele fazia 30 shows por mês, depois passou a fazer 50”.

Kondzilla mostrou, durante a palestra, que é preciso furar da bolha e buscar sempre novos desafios. Atualmente, sua equipe trabalha não só com a produção musical, mas também com conteúdo, branded, educação, gestão, distribuição, shows e eventos.

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Por Marina Teodoro, da Redação do E-Commerce Brasil