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E-commerce na China já supera EUA em vendas

Por: Alice Wakai

Jornalista, atuou como repórter no interior de São Paulo, redatora na Wirecard, editora do Portal E-Commerce Brasil e copywriter na HostGator. Atualmente é Analista de Marketing Sênior na B2W Marketplace.

O comércio eletrônico na China não só cresceu como já superou o percentual de um dos mercados online mais fortes do mundo: o dos Estados Unidos. De acordo com dados do iResearch e do Instituto Nacional de Estatísticas da China, hoje 12,6% das vendas no país vem do e-commerce, enquanto que nos EUA o índice é de praticamente metade, 8,1%.

Apesar de o crescimento da sua economia no último trimestre ter sido o menor desde o início da crise econômica mundial, em 2008, o comércio eletrônico da China parece não ter sentido o golpe, pelo contrário. Dados do iResearch mostram que o as vendas online devem dobrar e chegar US$ 1,3 trilhão em 2018.

Uma das razões para explicar o “boom” no setor é o alto investimento de empresas estrangeiras no país. Desde 2013, foram cerca de US$ 12 bilhões injetados no e-commerce chinês, segundo a consultoria Jones Lang LaSalle.

Outro fator é o uso cada vez mais intenso de smartphones para compras online, prática frequente conforme os salários dos chineses também melhoraram.

“Não consigo prever quanto o comércio eletrônico vai crescer nos próximos dez anos, mas ainda será um dos setores com mais desenvolvimento na China”, afirma Kenny Gaw, presidente da Gaw Capital Partners. “E a China continuará sendo o maior mercado do mundo”, cravou.

Armazenagem

Galpão de armazenagem da Jingle Office, na China

Galpão da Jingle Office, na China, onde se espera aumento na procura por estocagem do e-commerce. Foto: divulgação

O aumento nas vendas online fez surgir uma nova demanda no país: aluguel de locais de armazenagem. Conforme a demanda por produtos cresceu, lojistas se viram na necessidade de encontrar melhores espaços para alocar seus estoques. A demanda, porém, fez os chineses criarem empresas demais.

De acordos com investidores e analistas, o impacto dessas mudanças será menos severo para os galpões mais modernos e que conseguiram fechar contratos com grandes empresas. Quem está longe dos centros comerciais, como Xangai e Pequim, tende a ter problemas para manter o negócio.

Apesar disso, segundo a consultoria DTZ Cushman & Wakefield, a procura por espaços de armazenagem por parte do e-commerce deve crescer cerca de 10% na China.

“Particularmente, o e-commerce é um setor que tem taxas de crescimento significativamente maiores que a média geral. Essa é uma enorme oportunidade para o setor logístico”, comemorou Jason Lee, diretor da Carlyle Group LP na Ásia.

Desenvolvimento sustentável

As diversas possibilidades que surgem na China para o comércio eletrônico abrem as portas para um novo desafio: aliar o aumento da produção aos cuidados com a natureza e o desenvolvimento sustentável.

“Produtos manufaturados já são ambalados, mas quando vendidos por meio do e-commerce eles precisam ser reempacotados individualmente e embalados a vácuo para transporte até os consumidores finais”, explica JP Nah, diretor de poliolefinas da IHS Markit Chemical.

Na Ásia, a espera-se que a demanda por plásticos fique entre 45 e 46 milhões de toneladas em 2016, cerca de metade do consumo mundial, de acordo com estimativa da consultoria Front & Sullivan.

Em 2017, porém, o consumo deve cair meio ponto percentual, de 5,6% para 5,1% – isso porque analistas projetam o arrefecimento econômico entre este ano e o próximo.

Fonte: Reuters