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Tendências para o mobile em 2013

Por: Redação E-Commerce Brasil

Equipe de jornalismo E-Commerce Brasil

Por Terence Reis, Diretor de Estratégia e Produtos da Pontomobi – terence@pontomobi.com.br / @teco

Previsões. É o que provavelmente vem como tema à mente de todos tentando escrever um artigo a ser publicado no início de um ano. Mas… previsões para 2013? Eu só vou fazer uma – os smartphones vão ser retângulos de plástico cada vez maiores. Caso você queira mais algumas, é só fazer uma busca por “2013 predictions for mobile and digital”, não vai faltar material. No entanto, podemos, observando o mercado, apostar nos principais temas deste ano.

Uma aposta que já podemos deixar de lado: que vai ser o ano do “mobile”. Se um ano foi representativo deste, foi 2012.  10 anos depois da primeira aposta, para 2002, mas chegamos lá.

Eu sempre disse que este ano não seria medido em dinheiro, mas em mind share. E, de fato, não há como escapar de que a necessidade de uma presença mobile bem-estruturada é um consenso e “mobile first” virou clichê.

Mas vamos aos temas de 2013 para mobile:

  • mobile commerce
  • smartphone como hub
  • interatividade com o mundo físico
  • mobile extended
  • personal ecosystem
  • analytics

Mobile Commerce

Em 2012, o volume de compras feito por meio de smartphones e/ou tablets dobrou no Brasil, atingindo 10% das vendas online no país, de acordo com pesquisa da Câmara e-net.

Mas mobile commerce não é apenas compras online por meio de apps ou sites em tablets e smartphones. O uso do mobile para compras tem a ver com a descoberta, a busca, a comparação, e, claro, a conversão.

O uso mais evidente, no momento, é o showrooming, cujo impacto é difícil de ser mensurado, mas se estende além das vendas online para o mundo físico.

Showrooming é a prática de se pesquisar na loja com um smartphone na mão, para comparação de preços, pesquisa de produtos similares e busca nos concorrentes. O consumidor está na loja e ao mesmo tempo em todas as demais lojas – online ou não – buscando a melhor opção.

Varejistas precisam estar estruturados para essa prática, facilitando a busca e a comparação de preços. É o caso do app da Amazon, que tem como recurso em destaque o código de barras para análise de preços. E não se trata apenas da busca no app. É preciso estar preparado para os mecanismos de busca, para o acesso direto ao site mobile e a descoberta do produto.

Quanto mais você se tornar um facilitador desse processo de showrooming, maiores as suas chances de conquistar a fidelidade desse consumidor.

E o “bed commerce”? Os consumidores vêm descobrindo que, para a maioria dos produtos, uma tela de 20” (ou mesmo 13”) é desnecessária. Ele pode, no conforto de seu sofá ou cama, pegar seu smartphone ou tablet e fazer a compra – muitas vezes por impulso, por ser tão fácil.

Então não custa enfatizar: em 2013, quem ainda confiar em seu site feito para a web no PC estará em grande desvantagem diante dessas novas formas e recursos à disposição dos consumidores para suas compras.

O smartphone como hub

Nesse mesmo tema, podemos encaixar a interatividade com o mundo físico e o que vamos chamar de “mobile extended”. O que significa isso? Em termos práticos, a tela fica cada vez menos importante, e as funções exercidas pelos smartphones se tornam cada vez mais relevantes.

Há uma tendência que eu venho repetindo nos últimos dois anos, vai em inglês: “mobile is dead”. Isso era apenas isca para a atenção das pessoas, claro. O que estava sendo dito é que mobile deixará de ser apenas smartphones e tablets. A partir do momento em que tudo recebe uma conexão, um processador e um sensor, passamos a ter um mundo bastante diferente. E interessante.

TVs, torradeiras, termostatos, geladeiras, carros, portas – em breve todos estes se tornarão parte de mobile. Que, em vista da abrangência massiva, deixa de ser um subset do digital e se torna cada vez mais o próprio digital.

Nesse novo mundo, os smartphones irão aumentar a sua importância ainda mais – se tornando o hub, o ponto de encontro e controle de todos esses dispositivos. Nossa identidade, em breve, estará totalmente contida neste PID – personal identification device.

Personal ecosystem

Este é o ponto em que a sua atividade se encontra com o “mobile extended”. Mobile torna cada vez mais a web uma questão pessoal. A minha web é diferente da sua, posto que adaptada às minhas necessidades e interesses. E essa “web” é composta pelos meus aplicativos, meu ecossistema pessoal, onde tenho acesso aos meus conteúdos (fotos, tweets, posts), amigos, eventos, atividades e controlo tudo o que faço. Do mais extremo “eu quantificado”, registrando as práticas esportivas, os batimentos cardíacos, ao mainstream do calendário, fotos e listas.

Se você está fora desse ecossistema pessoal, você está fora do campo de escolhas do consumidor. Nessa nova web, não há mais “o concorrente está há um clique”. Nessa nova web, o concorrente pode simplesmente deixá-lo de fora. O personal ecosystem é, no fim, um personal walled garden.

A melhor forma de se fazer parte desse mundo será por meio das “mobile wallets” – das mais completas como o Google Wallet a iniciativas como o Passbook da Apple, as “wallets” irão agregar o que realmente interessa ao consumidor, e este irá recorrer a elas sempre que necessário, pois representam grande simplificação do processo atual de compra e uso de cupons e tickets.

Analytics

Quais são os números que importam? Estamos deixando o mundo da competição por downloads e entendendo que o fundamental é se manter presente no device das pessoas.

Nesse sentido, os apps de m-commerce, hoje, estão em uma categoria complexa, os “one and dones”. São apps que são usados com muito pouca frequência e têm baixa retenção.

Como reverter esse cenário? Como usar o recurso de push notifications para trazer o usuário para o app sem gerar desconforto? Como gerar valor que justifique a presença continuada no device?

Resumindo tudo o que foi escrito, acho que podemos fazer mais uma previsão para 2013. 2013 será, sobretudo, um ano de desafios para as marcas que queiram estar presentes da melhor forma no universo mobile. É um novo mundo a ser navegado e há vários caminhos. É preciso atenção, mas, por outro lado, se há um momento no qual ainda é possível se escolher o caminho errado – pois há tempo para retornar, este é agora.

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