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Ser multicanal é indiscutível

Participei da NRF Big Show 2014, maior feira de varejo do mundo realizada em Nova York na última semana. O evento em si é realmente impressionante. A estrutura é chama a atenção, tudo é imponente e a organização impecável. E em meio a tantos assuntos relevantes colocados pelos palestrantes resolvi dedicar este artigo a um assunto de suma importância para o varejo mundial e brasileiro, o multicanal.

Primeira coisa, muitos ainda classificam o multicanal como uma tendência, o que ficou claro na NRF tratar-se de um erro. Ser multicanal não é uma tendência, mas sim uma realidade que já está sendo praticada por todos os players espalhados pelo mundo.

O que o varejista precisa entender é que não se trata mais de querer ou não fazer, de estudar o melhor momento para aderir as práticas do multicanal. Para que os leitores tenham uma ideia do que está sendo desenvolvido e aplicado mundo a fora selecionei algumas empresas e estudiosos da área que colocaram suas opiniões quanto ao tema.

Um dos maiores desafios do varejo mundial na atualidade é conciliar o comércio físico e o virtual. Pensando nisto a Hointer desenvolveu uma série de aplicativos que podem ser instalados individualmente ou em conjunto em qualquer loja, independentemente do tamanho. Imagine tocar em um produto e aprender a história por trás dele, assistir a clipes de mídia com destaques do produto, receber recomendações personalizadas de estilo, ideias, sugestões de ajuste, e ler as opiniões dos clientes. A Hointer combinou o melhor do mundo físico e on-line, o que permite aos clientes ver, sentir e experimentar a roupa, de maneira rápida e adequada para os homens e mulheres que estão comprando, vale a pena conferir.

As principais lições para o futuro do varejo segundo Scott Lachut Dir., Pesquisa e Estratégia da PSFK Labs são: Encontre tempo para acertar o passo entre sua empresa, seu cliente e o mercado; Ajuste-se a cada nova etapa cumprida do processo; Use as informações dos consumidores para criar serviços digitais relevantes; Crie um canal de vendas que seja integrado e retornável em todos os seus PDVs (celular, internet e lojas físicas); Entregue para o consumidor transações e relacionamentos sem atritos; Use a tecnologia para se aproximar do seu cliente; Crie um sistema de relacionamento entre marca e cliente; Tenha acesso a informações de qualquer lugar e disponibilize o acesso à sua plataforma de qualquer suporte.

A SAP lançou na feira o SAP Shopper Experienceum, aplicativo móvel de varejo personalizado, que transforma toda a experiência de compra do consumidor. Segundo a empresa, o aplicativo revoluciona a administração de dados cross channel. Com ele os varejistas podem oferecer aos consumidores a possibilidade de criar listas de compras colaborativas, resgatar ofertas exclusivas específicas para uma determinada loja e gerenciar contas de fidelidade. Para os consumidores, o app permite que comprar por auto-scan e pagar, bem como compartilhar, oferece com os amigos no Facebook – tudo a partir de seu dispositivo móvel enquanto faz compras na loja. Os consumidores também podem transferir instantaneamente o seu carrinho para o ponto de venda (POS) e evitar a linha de check-out mediante o pagamento diretamente do seu dispositivo móvel. A SAP hoje tem operações com Adidas, Tommy Hilfiger e Luxótica para o desenvolvimentos de plataformas exclusivas.

Para que se tenha uma ideia real do e-commerce praticado nos Estados Unidos separei uma frase dita por Lee Peterson – EVP, Creative Services WD Partners em sua palestra ministrada no Big Show. “As pessoas estão comprando o tempo todo. Nos EUA para dar conta da demanda os Correios estudam a possibilidade de começar a realizar entregas aos domingos. Os clientes estão deixando de ir as lojas”.

E a pergunta que fica é: o que você empresário brasileiro já fez e o que pretende fazer? Se a resposta fora nada ou quase nada infelizmente o resultado é certo. Manter-se no mercado ficará cada dia mais difícil pra você. Fique atento as mudanças que não param de acontecer se não quiser ficar para trás porque não se trata de futuro, mas sim de hoje, agora.