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Quais são as principais diferenças na gestão de e-commerce no pós-pandemia

Por: Renato Kialka

Bacharel em Administração de Empresas pela PUC-SP, Pós-graduado em Gestão de Vendas pela FIA e com diversos cursos de especialização no Brasil e Estados Unidos, como Harvard e Columbia Business School. Tem toda sua carreira focada em Startups liderando operações comerciais em Startups Unicórnios como Movile, Gympass e LOFT. Após uma rodada de 150M de Euros, é o responsável por trazer a startup polonesa de integração e automação para e-commerces líder da Europa para o Brasil.

A pandemia de Covid-19 fez com que muitos empresários, que ainda não tinham contato com a gestão de e-commerce, obrigatoriamente migrassem suas vendas para o digital devido às condições de distanciamento social.

Para aqueles que já estavam habituados com as vendas online, o cenário pandêmico também fez com que buscassem inovações no mercado. Afinal, a concorrência cresceu consideravelmente, ou seja, para conquistar seu cliente, se fez necessário ter uma excelente plataforma de compras, boa comunicação de produtos e experiência de ponta a ponta positiva para o cliente.

No pós-pandemia, o cenário não só se mantém, como torna-se ainda mais desafiador. Agora, a gestão de e-commerce não só deve ser focada no digital, como deve se adaptar à retomada da comercialização física, ou seja, omnichannel. Veja a seguir as principais mudanças previstas para o período.

O desafio da gestão híbrida de e-commerce

Naturalmente, à medida que a vacinação aumentou e o número de mortes pela Covid-19 diminuiu, a população começou a sentir segurança para retomar seus hábitos de entretenimento presenciais, como cinemas, shows, teatros, turismo e, é claro, centros comerciais como shoppings e lojas de rua centrais.

Apesar de os velhos modelos de consumo voltarem, a migração para o digital era uma tendência já prevista e que deve ficar. Segundo a pesquisa feita pela Neotrust (instituição que monitora os e-commerces), 13 milhões de brasileiros utilizaram plataformas online pela primeira vez para realizar suas compras em 2020. Essa modalidade de consumo já era prevista, sendo intensamente acelerada com a pandemia.

Com a retomada do comércio, o percentual de compras online pode ter uma quebra, mas, ainda assim, o consumo online deve manter uma parcela considerável. Portanto, os desafios agora giram em torno de manter sua rede de vendas digitais relevante perante os concorrentes de mercado. Para isso, os pontos abaixo farão total diferença para a jornada do consumidor.

Novas modalidade de vendas

Agora, para conquistar seu público-alvo, gestores de e-commerces deverão estudar a fundo o comportamento de compra de seus possíveis consumidores. Isso porque, com outras possíveis concorrências – não apenas online, mas físicas também, são muitas opções disponíveis aos olhos (e ao bolso) do cliente final.

Portanto, saber com quem você está falando, e como destacar as principais vantagens do seu negócio, é essencial para criar uma estratégia digital efetiva. Além disso, com a aceleração digital provocada pela sociedade como um todo, as pessoas estão mais críticas e exigentes com as marcas, colocando diversos pontos na sua balança de decisão de compra.

Um desses pontos com certeza são as modalidades de venda disponíveis. Empresas que conseguem fazer uma boa gestão de e-commerce, de maneira digital ou física, têm ficado entre as principais opções ao se realizar uma compra online.

Afinal, com o sistema híbrido de vendas, o consumidor pode querer comprar em casa e passar para pegar numa loja, ver um produto fisicamente e mandar entregar na sua casa ou, simplesmente, pesquisar o que deseja digitalmente e tomar sua decisão de compra na loja. Para todas as opções, um e-commerce deve estar preparado, pois, independentemente da escolha, o atendimento feito deve ser da mesma qualidade, ou seja, omnichannel.

Para além das maneiras de consumo, a forma de vendas também mudou. Utilizar as plataformas digitais para anunciar seus produtos tem contribuído para uma receita maior no fim do mês dos empresários. Todavia, as formas de venda devem estar sempre atualizadas conforme as soluções e as ferramentas que são disponibilizadas.

Live commerce, espaços de compra dentro de redes sociais e assistentes virtuais estão entre as inovações que têm dado certo com grandes varejistas.

Sistema de pagamento dinâmicos

Se as formas de compra mudaram, é natural que os modelos de pagamento também evoluam. Se uma gestão de e-commerce não se adapta aos novos métodos que surgem, com certeza perderá alguns clientes para os demais resultados sugeridos durante a busca.

Nisso, a última grande novidade que foi rapidamente inserida no cotidiano da população é o Pix. Seja no pagamento online ou em sua loja física (caso possua), ele deve estar presente como sugestão.

É claro que os modelos “tradicionais”, como boleto ou cartão de crédito e débito, continuam e são obrigatórios. Entretanto, a facilidade de pagamento dos novos modelos não pode ser deixada de lado. Hoje, o Pix é o mais famoso, mas, para os próximos anos, pagamentos por NFC, aproximação, via celular ou links onlines podem ganhar o mesmo destaque, fazendo com que as marcas tenham que se adaptar a isso.

Controle de estoque

Se você pretende realizar um atendimento omnichannel impecável e manter a mesma qualidade em cada uma de suas vendas, o controle de estoque deve ser muito bem planejado. Afinal, nada mais frustrante do que um cliente adicionar um produto em seu carrinho de compras e, quando for pagar, se deparar com ele esgotado. Algo que pode custar muito caro no relacional com a marca.

As plataformas de integralização de ferramentas e automatização de processos são grandes aliadas contra a frustração de clientes. Afinal, em um só lugar você consegue monitorar todos os seus pedidos, executar funções e controlar seu estoque. Em apenas alguns cliques, o tempo de espera, ou o processamento de uma compra, é drasticamente reduzido.

Sistema de entrega

O sistema de entrega é o “calcanhar de Aquiles” de muitas empresas. Com mais de dois anos de convivência com a Covid-19, naturalmente já ocorreu uma adaptação à nova demanda de frete do mercado e o foco agora deve ser na qualidade de entrega.

Para o consumidor, junto das opções de pagamento, o frete é um dos pontos mais importantes de consideração de uma compra. Quem faz a gestão de um e-commerce jamais deve deixar de olhar essa parte de sua empresa com muita atenção.

Portanto, escolha parceiras logísticas de qualidade e com um bom custo-benefício. E, principalmente, que sejam adaptáveis às novas formas de compra do cliente. Em época de avaliações em redes sociais, fóruns e portais, ficar marcado por um sistema de frete ruim é uma grande pedra no caminho em direção ao sucesso de vendas.

Esses quatro pontos da gestão de e-commerce são cruciais para que pequenos, médios e grandes empresários se atentem para a venda de produtos em ambientes digitais. Com um mercado em constante expansão, fazer o básico bem feito e saber como se adaptar às novas tendências de venda e compra são fundamentais.